Em tempos de transição planetária como o que
vivemos na atualidade, é comum observar-se as mais variadas instituições sendo mexidas,
sacudidas mesmo. Isso se dá com relação ao poder público, às entidades privadas
e até mesmo no âmbito doméstico.
Situações
irregulares antes ocultas e que por meio da ação responsável dos veículos de
imprensa acabam vindos à tona quase que diariamente. Comportamentos inadequados
e desrespeitos dos mais variados são denunciados, também, pelas redes sociais.
Aliás, as redes sociais tornaram-se ferramentas que, se utilizadas de forma
saudável, podem ser grandes instrumentos de divulgação do bem e daqueles atos
que foram empurrados, propositadamente, para debaixo do tapete.
Por
outro lado, também se observa que aquele que está valendo-se da boa vontade
alheia, aquele que está acomodado em meio à inércia e à preguiça, com certeza
fará de tudo para se manter numa pseudovantagem. É nessa hora que, para se
manter no poder que o cargo público oferece ou para perpetuar a sua tirania
doméstica, os lobos se vestem com peles de cordeiros e utilizam o verniz da
educação e dos hábitos do mundo que irão oferecer o tom para disfarçar a
verdadeira afabilidade e doçura, que ainda não se possui.
Quanto
a isso, em O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec trouxe a instrução
do Espírito Lázaro que comunicou-se em Paris, no ano de 1861(Cap, 4, item 06):
“A benevolência para com os semelhantes,
fruto do amor ao próximo, produz afabilidade e a doçura, que lhe são a manifestação.
Entretanto, não é preciso fiar-se sempre nas aparências; a educação e o hábito
do mundo podem dar o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia
não é senão máscara para o exterior, uma roupagem cuja forma premeditada
esconde as deformidade ocultas!”
Não
importa a posição social ou doméstica, dependendo das ações é fácil se tornar
um tirano, onde se pode até dizer: “Aqui eu mando e sou obedecido”, sem levar
em consideração que se pode acrescentar com muito mais razão: “E sou
detestado”.
Jesus,
modelo e guia para humanidade, enviado de Deus na acepção cristã, e noutro
entendimento, um profeta de grande sabedoria, segundo as religiões não cristãs,
referiu que serão bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados
filhos de Deus. Como se vê, ele não disse que apenas os cristãos serão filhos
de Deus, mas todos aqueles que fossem brandos e pacíficos, independentemente de
sua crença.
Nessa
linha de raciocínio, Jesus faz da doçura, da moderação, da mansuetude, da
afabilidade e da paciência uma lei, onde não se poderá mais desconsiderar que
aqueles que apresentarem, verdadeiramente, essas qualidades, sem fingimento,
nunca estarão em contradição.
Serão
os mesmos diante do mundo e na intimidade, pois, se podem enganar os homens
pela aparência, jamais enganarão a Deus.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição nº 4.305, com circulação em 05 de dezembro de 2012 e que também pode ser lido em http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=81874.