“O que o ensino dos
Espíritos acrescenta à moral do Cristo é o conhecimento dos princípios que
regem as relações entre os mortos e os vivos, princípios que completam as
noções vagas que se tinham da alma, de seu passado e de seu futuro, dando por
sanção à doutrina cristã as próprias leis da natureza”. (Allan Kardec. A
Gênese. Cap. 1, item 56)
O Espiritismo tem sido colocado em destaque
pelos veículos de comunicação nos últimos anos. E isso não se dá ao acaso.
Ocorre porque muitas pessoas têm procurado o conhecimento através da Doutrina Espírita
e, também, o consolo. Entretanto, antes de tudo, é importante que se conheça o
Espiritismo.
Segundo Allan Kardec, aquele que
catalogou as informações obtidas através da comunicação com os Espíritos,
responsáveis pela implementação dessa nova doutrina, “o Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma
doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se
podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as
consequências morais que decorrem dessas relações”. (O Que é o Espiritismo,
Ed. IDE, p. 10).
Por outro lado, o próprio Allan
Kardec, na Revista Espírita, disserta sobre a questão de o Espiritismo estar
atrelado à palavra religião. Como isso? Tal palavra deriva do latim “re-ligare” que significa “ligar com”, ou
seja, não se pode descartar do Espiritismo o seu aspecto religioso porque ele
religa o homem com Deus, um dos princípios básicos da Doutrina Espírita.
Nessa linha, o Espiritismo, enquanto
ciência prática e doutrina filosófica, tem como premissa o combate à
incredulidade e suas conseqüências, sempre calamitosas, oferecendo provas
patentes da existência da alma e da vida futura. Ele dirige-se àqueles que não
creem em nada, ou que duvidam, e o número deles não é pequeno. Claro, aqueles
que têm uma fé religiosa, e aos quais essa fé basta, dele não têm necessidade,
até mesmo porque o Espiritismo não vem forçar nenhuma convicção.
Como bem disse Allan Kardec “a
liberdade de consciência é uma conseqüência da liberdade de pensar, que é um
dos atributos do homem; o Espiritismo estaria em contradição com seus
princípios de caridade e de tolerância, se ele não a respeitasse”. (O Que é o
Espiritismo, Ed. IDE. p. 69).
Aos olhos da Doutrina Espírita, toda
crença, quando sincera e não conduz o seu próximo ao erro, é respeitável, mesmo
que equivocada. E isso se sucede porque, se alguém estiver empenhado em crer
que é o sol que gira, nós lhe diremos: crede se isso vos satisfaz, porque não
impedirá a Terra de girar.
Enfim, Deus permite o advento do
Espiritismo, com várias das suas nuances aqui expostas, para dar cumprimento ao
que foi dito pelo próprio Cristo. Segundo Ele, chegaria o momento em que nos
seria dado conhecer um pouco mais sobre as leis que regem a nossa própria
natureza e que ele não poderia ter dito tudo naquela época, em função da nossa
imaturidade espiritual, mas que viria o Espírito de Verdade e que Ele diria
várias outras coisas e, inclusive, acresceria à sua moral vários outros
conceitos, como aquele citado ao início da coluna.
Como se percebe, é chegada à hora!
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição nº 4308, com circulação em 08 e 09 de dezembro de 2012 e que também pode ser lido em http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=82021&data=08/12/2012&ok=1.