“Os Espíritos influem sobre os
nossos pensamentos e as nossas ações? – A esse respeito sua influência é maior
do que credes porque, frequentemente, são eles que vos dirigem”. (O Livro dos
Espíritos. Livro 2. Capítulo 9. Questão 459)
Quando
recolhemos o nosso corpo humano, corpo físico composto por matéria bruta, em
regiões paradisíacas, ditas de belezas indefiníveis, logo a nossa mente é
absorvida por um psiquismo divino que nos acalma e nos coloca em constante
interação com o belo.
Entretanto,
pela facilidade de manter-se em polivalência de ideias, a mente logo tende a
mudanças comportamentais, basta que diversifiquemos o campo magnético ou
psíquico a que nos submetemos.
Imersos
em preocupações horizontais oriundas do imediatismo que o nosso pensamento
constantemente se vincula, nele surgem várias ambições atraentes que dizem
respeito apenas às necessidades do cotidiano, dando lugar a alteração de
anseios e valores antes considerados, quando em contato com o etéreo e o
sublime.
A
mente do ser humano é induzível, influenciável, como asseveram os Espíritos
indagados por Allan Kardec no prefácio desta coluna. Nesses momentos têm início
as vacilações quanto às metas elegidas, justamente porque se tornam mais
agradáveis aquelas que dão imediata resposta ao prazer que afeta os sentidos,
proporcionando alegria inconsequente.
O
Espírito encarnado tem uma tendência natural de evitar qualquer tipo de
sofrimento, prefere desfrutar o momento, como muitas vezes referem os jovens,
visto que, em tese, não sabemos o que acontecerá no dia de amanhã. Atitudes
como essa apenas anestesiam a razão no que diz respeito aos efeitos danosos que
advirão certamente.
A
atração pelo gozo arrasta multidões desavisadas aos labirintos de demoradas
aflições, onde ficam atoladas e tentando se libertar, o que somente é
conseguido a preço alto de renúncia e de lágrimas.
O
Espírito Eurípedes Barsanulfo, em mensagem publicada na obra Luzes do
Alvorecer, psicografia de Divaldo Franco, editado pela Livraria Espírita Alvorada
Editora, refere (pag. 86) que a “a eleição do Cristo como roteiro de segurança
constitui definição de alta sabedoria, que somente conseguem aqueles que estão
saturados das quimeras terrestres imediatistas, enquanto anelam por felicidade
legítima, por alegria plena”.
Jesus,
indubitavelmente, é possuidor de um significado incomum, porque Seu amor é tão
envolvente que todos aqueles que com Ele se identificaram, nunca mais puderam
Lhe dispensar o convívio.
Na
hora que necessitamos preencher os nossos vazios, diminuir as nossas angústias
da emoção e os tormentos dos desejos, Jesus representa o caminho seguro para a
completude, o estímulo para as nossas lutas transformadoras.
Como
o próprio Eurípedes Barsanulfo refere “se Ele tem esse significado na
existência de alguém que O busca, torna-se indispensável vê-lo como o amor que
se compadece, mas não convive; que ajuda, porém não se detém; que ensina, e
também exemplifica; que convida ao Bem e o faz incessantemente; que propõe o
reino dos céus, tornando mais digna a vida na Terra”.
A
visão da presença de Jesus ilumina a nossa consciência, porque é uma percepção
interior enriquecedora, que não mais permite qualquer tipo de escuridão moral
nos intervalos dos sentimentos.
Jesus
nos oferece o caminho enquanto Homem integral que se impôs a missão de libertar
os seres humanos de suas paixões, doando sua própria vida a fim de ensinar a
vitória sobre o ego em perfeita identificação com Deus. Ele renunciou. Ele
exemplificou.
A
partir do momento do amor em expansão, a opção por Cristo está realizada, e
aquele que a fez, nunca mais será o mesmo, jamais se arrependendo nem
retornando ao primarismo, porquanto o oxigênio puro da nossa paisagem
paradisíaca, reino da sublimação evangélica, nos inundará com vigor para
sempre.
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense/Caminho
da Luz
Comente: josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, Bagé/RS, edição nº 4287 que circulou no dia 14 de novembro de 2012 e que também pode ser lido no site http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=81056