“Tratai todos os homens da mesma
forma que quereríeis que eles vos tratassem. (São Lucas, cap. 6, v. 31)”
É
um costume geral acreditar na presença do bem apenas no entorno daqueles entes familiares
mais caros. Muitas vezes, numa interpretação errônea, acredita-se que o bem
somente é praticado por aquelas pessoas que partilham o seu próprio ambiente
doméstico, de trabalho ou que se dedicam a mesma confissão religiosa.
Apreciações
como essa são mais comuns do que se pode imaginar, porém são carregadas de
malícia e preconceito, geradas por um sentimento extremamente egoísta. Aliás, o
egoísmo, chaga da humanidade juntamente com o orgulho, faz com que se creia que
o bem completo somente possa nascer de suas mãos ou dos seus.
No
entanto, tal interpretação apenas arrasta a humanidade para um sectarismo que
transforma os filhos de Deus em combatentes contumazes, praticantes de ações improdutivas
e ferozes.
É
a prática que se opõe as lições trazidas pelo Mestre Jesus, sendo que entre as
quais se ressalta a compaixão cristã, fundamentada no maior mandamento
oferecido pelo Meigo Nazareno e que se encontra destacado na abertura deste
espaço.
Esse
mandamento remete a todos uma lição de que o bem flui incessantemente de Deus e
Deus é o pai de todos os homens. Nesse sentido, pode-se concluir que o bem parte
de qualquer ser humano independentemente da posição que ocupa ou do título que
exibe.
Segundo
o Espírito Emmanuel, na obra Caminho, Verdade e Vida, psicografada por
Francisco Cândido Xavier e editada pela FEB (Federação Espírita Brasileira), “o
pai consagrará o bem onde quer que o bem esteja”.
Dessa
forma, é importante não atentar-se apenas para o indivíduo, visto que, conforme
já dito, a apreciação precipitada quase sempre é conduzida por malícia e
preconceito. Torna-se, sim, indispensável observar e compreender o bem que é
praticado pelo Supremo Senhor por intermédio deste ser individual e humano.
O
que importa o aspecto exterior dessa ou daquela pessoa? Que interessa sua
nacionalidade, nome ou cor? Importa anotarmos a mensagem de que ela é
portadora.
Ora,
se ela permanece consagrada ao mal, é digna do bem que se possa fazer por ela
e, por outro lado, se ela é boa e sincera no serviço em que se encontra, merece
a paz e a honra de Deus.
Enfim,
nesse sentido mais vale a lição de Paulo, em Romanos, cap. 2, v. 10: “Glória,
porém, e honra e paz a qualquer que obra o bem”.
José Artur M. Maruri dos
Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense/Caminho da Luz
josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado no Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição 4283, 09 de novembro de 2012.