sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A EXALTAÇÃO DO BEM*



“Tratai todos os homens da mesma forma que quereríeis que eles vos tratassem. (São Lucas, cap. 6, v. 31)”

É um costume geral acreditar na presença do bem apenas no entorno daqueles entes familiares mais caros. Muitas vezes, numa interpretação errônea, acredita-se que o bem somente é praticado por aquelas pessoas que partilham o seu próprio ambiente doméstico, de trabalho ou que se dedicam a mesma confissão religiosa.

Apreciações como essa são mais comuns do que se pode imaginar, porém são carregadas de malícia e preconceito, geradas por um sentimento extremamente egoísta. Aliás, o egoísmo, chaga da humanidade juntamente com o orgulho, faz com que se creia que o bem completo somente possa nascer de suas mãos ou dos seus.

No entanto, tal interpretação apenas arrasta a humanidade para um sectarismo que transforma os filhos de Deus em combatentes contumazes, praticantes de ações improdutivas e ferozes.

É a prática que se opõe as lições trazidas pelo Mestre Jesus, sendo que entre as quais se ressalta a compaixão cristã, fundamentada no maior mandamento oferecido pelo Meigo Nazareno e que se encontra destacado na abertura deste espaço.

Esse mandamento remete a todos uma lição de que o bem flui incessantemente de Deus e Deus é o pai de todos os homens. Nesse sentido, pode-se concluir que o bem parte de qualquer ser humano independentemente da posição que ocupa ou do título que exibe.

Segundo o Espírito Emmanuel, na obra Caminho, Verdade e Vida, psicografada por Francisco Cândido Xavier e editada pela FEB (Federação Espírita Brasileira), “o pai consagrará o bem onde quer que o bem esteja”.

Dessa forma, é importante não atentar-se apenas para o indivíduo, visto que, conforme já dito, a apreciação precipitada quase sempre é conduzida por malícia e preconceito. Torna-se, sim, indispensável observar e compreender o bem que é praticado pelo Supremo Senhor por intermédio deste ser individual e humano.

O que importa o aspecto exterior dessa ou daquela pessoa? Que interessa sua nacionalidade, nome ou cor? Importa anotarmos a mensagem de que ela é portadora.

Ora, se ela permanece consagrada ao mal, é digna do bem que se possa fazer por ela e, por outro lado, se ela é boa e sincera no serviço em que se encontra, merece a paz e a honra de Deus.

Enfim, nesse sentido mais vale a lição de Paulo, em Romanos, cap. 2, v. 10: “Glória, porém, e honra e paz a qualquer que obra o bem”.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense/Caminho da Luz
josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado no Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição 4283, 09 de novembro de 2012.