“Atingistes o
tempo do cumprimento das coisas anunciado para a transformação da Humanidade;
felizes serão aqueles que tiverem trabalhado na seara do Senhor com
desinteresse e sem outro móvel senão a caridade! Suas jornadas de trabalho
serão pagas ao cêntuplo do que terão esperado”. (O Espírito de Verdade. O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5).
Em
tempos de transição de sentimentos, em época de transformações na humanidade,
observamos modificações nas estruturas de diversos setores da nossa sociedade.
As
investigações trazem à tona situações vexatórias a que nossos irmãos se
submetem enquanto gestores dos bens públicos, eleitos pela própria população,
que lhes oferece um mandato eletivo, através do sufrágio popular.
Os
Juízes buscam a tão sonhada celeridade na solução dos conflitos, na tentativa
inócua de não derraparem as vistas daquela verdadeira justiça que recuperaria a
dignidade dos seres que se digladiam.
As
legislações buscam incluir as minorias populacionais. Antes rígidas, aos poucos
acabam por se afrouxar, ora despenalizando o uso de drogas como a maconha e ora
permitindo que se estanque a gestação de um ser humano, desde que constatada
sua anencefalia, conforme decisão recente do Supremo Tribunal Federal e que já
consta do Projeto de Lei do Novo Código Penal.
Em
meio a esse turbilhão de transformações, num juízo açodado, numa interpretação
limitada pelo jugo da carne a que se está, naturalmente submetido, julga-se que
nada está se encaminhando para o bem, para a paz. Então, é exatamente nessa
hora que alguém se pergunta: onde devo me posicionar enquanto obreiro do
Senhor?
O
Espírito de Verdade que se comunicou em Paris, no ano de 1862, assim declarou[1]:
“Felizes serão aqueles que terão dito a seus irmãos: ‘Irmãos, trabalhemos
juntos, e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor encontre a obra
pronta à sua chegada’, porque o senhor lhes dirá: ‘Vinde a mim, vós que sois
bons servidores, que calastes os vossos ciúmes e as vossas discórdias para não
deixar a obra prejudicada!’. Mas ai daqueles que, por suas dissenções, terão
retardado a hora da colheita, porque a tempestade virá e serão carregados no
turbilhão”.
É
chegada a hora em que se vive, na Terra, o período previsto pelo Espírito de
Verdade na comunicação acima. Vive-se encarnado exatamente no período em que as
tempestades de luzes estão a erguer todas as escabrosidades que estavam ocultas
pelas sombras.
Aquele
que, nessa hora, tenha esmagado o fraco ao invés de sustentar-lhe, aquele que tenha
apenas aparentado o devotamento, aquele que tenha vivido toda a suposta
felicidade que o mundo pode oferecer, será varrido neste turbilhão que
transforma o nosso Planeta e o eleva a uma condição de Regeneração.
Nesta
obra, a Doutrina Espírita contribui como uma grande aliada do Pai, tendo sido anunciada
por seu próprio filho como o Consolador Prometido.
Neste
Planeta de Regeneração o amor se sobreporá ao ódio que restará apenas na
memória daqueles que ainda rememoram um período longínquo de provas e expiações.
Nesta
Morada do Amor, o verdadeiro obreiro do Senhor, aquele que não recuou diante
das suas tarefas, que confiou nos postos mais difíceis, que entregou sua própria
vida física para que a tarefa de regeneração se cumprisse, para este obreiro, a
sua jornada será paga, realmente, ao cêntuplo do que esperou.
Nessa
hora, como previu o Meigo Nazareno: “Os primeiros serão os últimos, e os
últimos serão os primeiros no reino dos céus!”.
José Artur M. Maruri dos
Santos
Colaborador da União Espírita Bageense/Caminho
da Luz
*Artigo publicado no Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição nº 4257, 10 de outubro de 2012.