A Revista Veja, na edição de 21/09/2011, trouxe em sua capa que o ator Reinaldo Gianecchini está aliando o tratamento convencional ao Espiritismo na luta contra o câncer. E mais, trouxe a opinião de vários médicos que reconhecem a efetividade de tal prática.
Há quem acredite nessa possibilidade, como o ator, e há também os que contestem. Mas como explicar certas curas que acabam por espantar grande parte da sociedade médica? Vários são os exemplos de grandes curas e em várias épocas da humanidade somando-se a de nossos dias aqui na Terra. Algumas de difícil explicação, inclusive pela Medicina.
Allan Kardec, no capitulo XIV de A Gênese, nos dá conta que tanto o nosso corpo como o nosso perispírito tem como elemento primitivo o fluido universal.
Dessa forma, pela identidade de sua natureza, o fluido condensado no perispírito pode fornecer ao corpo os princípios reparadores necessários para que se opere a cura. Na verdade, trata-se de uma substituição de uma molécula sã, proveniente do médium curador, por uma malsã, extraída do doente. O poder curador está, pois, em razão da pureza da substância inoculada, mas nada pode ser feito sem a energia da vontade, tanto do médium como do doente, que provoca uma emissão fluídica de maior intensidade e por assim dizer, com muito mais força para penetração.
Recebemos o alerta de Kardec no item 32 do capítulo aludido quando refere que “os efeitos da ação fluídica sobre as enfermidades são extremamente variados, segundo as circunstâncias; esta ação, algumas vezes, é lenta e reclama um tratamento continuado, como no magnetismo comum; de outras vezes é rápida como uma corrente elétrica”.
Em O Livro dos Espíritos, na questão 556, o Codificador indagou da plêiade de Espíritos, se certas pessoas, verdadeiramente, detinham o dom de curar pelo simples toque e obteve a seguinte resposta: “A força magnética pode ir até aí quando secundada pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos ajudam”.
O nosso modelo e guia, Jesus de Nazaré, detinha uma capacidade ímpar de domínio das ações fluídicas e magnéticas e muitos de seus “milagres” se deram pela manipulação desse material etéreo.
E assim foi quando Jesus curou um cego de nascença (Jo, 14, 1 à 34): “(...) ele cuspiu no chão, e tendo feito uma lama com a saliva, untou com essa lama os olhos do cego – e disse-lhe: ide vos lavar na piscina de Siloé, que significa enviado. Para lá foi, pois, e se lavou e voltou a ver claro”.
Diante de tal cura miraculosa, Allan Kardec explicita no Capítulo XV de A Gênese, item 25, que “é evidente que a espécie de lama feita com a saliva e a terra não poderia ter virtude senão pela ação do fluido curador de que estava impregnada; assim é que as substâncias mais insignificantes: a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas sob a ação do fluido espiritual ou magnético, aos quais servem de veículo, ou querendo-se, de reservatório”.
Ora, vastos são os exemplos de curas espirituais que muitas vezes se dão sem a presença do paciente e, em muitos casos, bem à distância.
Também, há que se ter a cautela para que não se ministre um tratamento espiritual a um enfermo como único método. O Espiritismo caminha lado a lado com a ciência de forma que a aplicação de passe magnético (imposição de mãos) e ingestão de água fluidificada devem vir acompanhando ao tratamento médico convencional.
No entanto, não se surpreendam e muito menos relacionem ao maravilhoso quando for obtida uma cura e a medicina não conseguir explicação na Ciência materialista. Apenas recordemos uma máxima de Kardec: “O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação”. (A Gênese, pag. 20)
Enfim, se obtivermos a permissão de Deus para que alcancemos uma cura espiritual, apenas foquemos o nosso pensamento Nele e agradeçamos a Sua Divina concessão como uma nova chance para continuarmos a nossa caminhada infinita na direção de nosso Pai, amparado nos exemplos do Mestre Jesus e não deixemos de exercitar a nossa fé para que possamos aprender com esta nobre educadora chamada “doença”.
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense e Advogado
josearturmaruri@hotmail.com