Bom dia caríssimos amigos.
Com satisfação utilizo novamente esta série para compartilhar o trabalho do amigo e colega Gianni Salvini que, mais uma vez, foi profundamente inspirado e profundamente inspirador em suas palavras.
Tenham um bom final de semana e não nos esqueçamos, a seara do Pai está sempre pronta para ser lavrada por novos semeadores. Mãos à obra!
O Principal Sentido do Amor
Como falar de amor sem ser taxado de retrógrado ou tomado como utópico? Em dias tão conturbados, como os que estamos vivendo hoje, quase que se proíbe usar a palavra amor.
Boa parcela de culpa se deve ao sentido que se empregam para esta palavra. Na maioria das vezes só se fala de amor quando se refere a casais, numa relação afetiva. Porém esta palavra sintetiza um sentido bem mais amplo.
Nós Espíritos, na condição de princípio espiritual no início da criação, possuíamos instintos, mais a frente quando mais aperfeiçoados adquirimos e experimentamos os sentimentos que se elevam de acordo com o progresso realizado. Por fim, quando mais instruídos e purificados moralmente conseguimos sentir o amor. Um sentimento bem mais nobre.
No evangelho segundo São João, Jesus nos apresenta o amor como mais um mandamento: “Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês...”.[1]
Todos possuem esta chama sagrada estampada no fundo da alma. Todos somos capazes de amar. Alguns dedicam este sentimento a objetos, outros devotam amor a animais e plantas. Até os considerados corações de pedra, incapazes de demonstrar afeto a alguém, que vivem em um mundo de egoísmo, sempre tem algo que lhes é de valor ao qual devotam um amor imenso, mesmo sem se darem conta.
O amor é o sentimento que resume da forma mais completa a doutrina de Jesus.
O Livro dos Espíritos, em seu capítulo XI, trata sobre a Lei do Amor. Lei esta que se seguida e bem vivenciada, nos remete ao aperfeiçoamento moral e a reforma íntima.
Mas como é este sentimento que consegue transformar as pessoas? Como identificá-lo?
Se você já se emocionou com o sorriso sincero de uma criança, com o carinho de um animal de estimação, com o “muito obrigado” de um maltrapilho ao receber um agasalho ou um “Deus lhe abençoe”, dito por um indigente ao receber um prato de comida. Se já se sentiu bem e com uma sensação estranha ao perdoar o próximo ou desistir de uma vingança por ter maior clareza espiritual que seu inimigo. Quem já passou por uma destas situações, com certeza já sentiu o que é o amor.
Talvez não admita, por medo, vergonha, ou por achar que está fora de moda falar e sentir amor, mas em várias situações em nosso dia a dia nos deparamos com este sentimento.
Em nosso trabalho ou em nosso lar, no trato com as pessoas, praticando a caridade, perdoando e orando. Tudo isso se torna especial, nobre, divino se feito com amor.
Temos que acreditar nesta força divina. Não há nada nem ninguém que resista a força deste sentimento, mesmo que sejamos bombardeados diariamente através de novelas, filmes, da moda, de uma educação sem valores morais, da degradação da família, tudo isso numa tentativa de distorcer o verdadeiro sentido da palavra amor ensinado pelo mestre Jesus.
Corinto era uma cidade com a maioria da população vivendo na miséria e sendo oprimida por uma minoria rica que vivia na luxúria e sem valores morais definidos. Paulo de Tarso em uma de suas cartas a este povo, dentre tantos ensinamentos, fala do amor.
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.” [2]
Gianni Salvini