sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Crise Ética



                                                                     “Com o egoísmo, os homens estão em luta perpétua; com a caridade, estarão em paz.” 
Allan Kardec[1]
            SOBRE A CRISE ÉTICA

Inegavelmente experienciamos um tempo, que não é de hoje, em que a nossa sociedade planetária vive uma crise ética, bem demarcada pelo descaso com os valores éticos mais fundamentais, pelo desrespeito à vida em suas diferentes formas de manifestação, tanto quanto, pela felicidade do próximo.
            As religiões tradicionais não têm dado conta de espiritualizar profundamente os indivíduos, envolvendo-os com adorações exteriores, aprisionando-os às doutrinas que imprimem a sombra nefasta da culpa, a subserviência intelectual aos dogmas e a dependência aos homens e mulheres que ensinam tais propostas.
            Quando as religiões se dissociam da espiritualidade distanciam seus profitentes da mensagem do Reino, aliás, como já fizeram os fariseus ao tempo do Grande Mestre de Nazaré, explorando a ingenuidade popular e nublando a inteligência das pessoas com os seus embolorados princípios.
            Embora possamos fazer a ressalva de que existem propostas religiosas sinceras, portadoras do propósito maior de conduzir às criaturas ao bem, fazendo-se, por esse motivo, respeitáveis ao olhar dos Espíritos Superiores[2], é preciso ter claro que o Espiritismo, por sua vez, tem outra racionalidade para apresentar.
            Sendo o Espiritismo concebido pelo mestre Allan kardec como uma “ciência que trata da origem, da natureza dos Espíritos e das suas relações com o mundo corpóreo”[3], ele consiste numa ciência ética que aponta ao ser imortal a necessidade premente de investigação de sua própria natureza moral como sendo o ponto de partida para a transformação interior, tendo em vista atender, conscientemente, ao imperativo da Lei de Progresso e à sua vocação ontológica para a felicidade.
             Aliás, essa transformação que nasce no imo do ser é o próprio objeto de uma educação moral devidamente compreendida, cujo propósito consiste em colaborar com o sujeito na formação de novos caracteres morais que o impulsionam no sentido da libertação de suas imperfeições.
O ESPIRITISMO DESNUDA O EGOÍSMO
            Allan Kardec, após estudar as virtudes e os vícios com os Espíritos Superiores, em O Livro dos Espíritos, apresentando-nos como sendo os sinais mais característicos da imperfeição moral o interesse pessoal e o apego aos bens materiais, estabelecendo, ainda, bela investigação sobre o egoísmo como o fundamento principal de todo e qualquer vício.
            O egoísmo – esclarecem os Espíritos –, se configura no vício mais radical, ou seja, na imperfeição grave da qual se originam todos os demais vícios. Somente conseguiremos eliminar os nossos vícios, verdadeiros obstáculos à conquista da perfeição moral e da felicidade dela decorrente, quando atacarmos o mal pela raiz, o que significa termos destruído a sua causa: o egoísmo. E insistem os Guias da Humanidade: “Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade.”[4]
            Mas superar o egoísmo não é algo fácil, nada obstante não seja impossível. Tal tarefa exige esforços ingentes porque esse empobrecido sentimento se estriba no interesse pessoal, fazendo-se árduo o ato de extirpá-lo do coração humano.
            Consciente de tamanho desafio que se impõe ao gênero humano para a extirpação do egoísmo do âmbito de sua natureza moral, Kardec indaga aos Espíritos se um dia isso seria possível, obtendo o seguinte esclarecimento: “À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que entretêm e excitam. Isso depende da educação.”[5]
            Meditemos sobre essa valorosa resposta. Ao que parece, a espiritualização dos indivíduos é construída com a aquisição do conhecimento das coisas espirituais. Esse conhecimento diz respeito aos saberes pertinentes à sua natureza espiritual, à própria imortalidade e evolução, como também, às Leis Morais que regem a vida do Espírito.
            A conseqüência moral direta da apropriação desses saberes consiste na valorização exata das coisas materiais. Vejamos bem, o conhecimento a respeito das coisas espirituais conduz-nos a uma postura de menor valorização das coisas materiais, de desapego mesmo, considerando por parâmetro o exagero e o verdadeiro “culto” que a nossa civilização dá em relação à dimensão material da existência.

Vinícius Lousada
Educador, palestrante e expositor espírita.
E-mail: vlousada@hotmail.com – Passo Fundo/RS


[1] O Espiritismo em sua expressão mais simples, item 60.
[2] O Livro dos Espíritos, questão 838.
[3] O que é o Espiritismo. Introdução.
[4] O Livro dos Espíritos, questão 913.
[5] O Livro dos Espíritos, questão 914.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Compartilhando Conhecimento VI


Bom dia caríssimos amigos.

Com satisfação utilizo novamente esta série para compartilhar o trabalho do amigo e colega Gianni Salvini que, mais uma vez, foi profundamente inspirado e profundamente inspirador em suas palavras.

Tenham um bom final de semana e não nos esqueçamos, a seara do Pai está sempre pronta para ser lavrada por novos semeadores. Mãos à obra!


O Principal Sentido do Amor


       Como falar de amor sem ser taxado de retrógrado ou tomado como utópico? Em dias tão conturbados, como os que estamos vivendo hoje, quase que se proíbe usar a palavra amor.
        Boa parcela de culpa se deve ao sentido que se empregam para esta palavra. Na maioria das vezes só se fala de amor quando se refere a casais, numa relação afetiva. Porém esta palavra sintetiza um sentido bem mais amplo.
        Nós Espíritos, na condição de princípio espiritual no início da criação, possuíamos instintos, mais a frente quando mais aperfeiçoados adquirimos e experimentamos os sentimentos que se elevam de acordo com o progresso realizado. Por fim, quando mais instruídos e purificados moralmente conseguimos sentir o amor. Um sentimento bem mais nobre.
        No evangelho segundo São João, Jesus nos apresenta o amor como mais um mandamento: “Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês...”.[1]
        Todos possuem esta chama sagrada estampada no fundo da alma. Todos somos capazes de amar. Alguns dedicam este sentimento a objetos, outros devotam amor a animais e plantas. Até os considerados corações de pedra, incapazes de demonstrar afeto a alguém, que vivem em um mundo de egoísmo, sempre tem algo que lhes é de valor ao qual devotam um amor imenso, mesmo sem se darem conta.
        O amor é o sentimento que resume da forma mais completa a doutrina de Jesus.
        O Livro dos Espíritos, em seu capítulo XI, trata sobre a Lei do Amor. Lei esta que se seguida e bem vivenciada, nos remete ao aperfeiçoamento moral e a reforma íntima.
        Mas como é este sentimento que consegue transformar as pessoas? Como identificá-lo?
        Se você já se emocionou com o sorriso sincero de uma criança, com o carinho de um animal de estimação, com o “muito obrigado” de um maltrapilho ao receber um agasalho ou um “Deus lhe abençoe”, dito por um indigente ao receber um prato de comida. Se já se sentiu bem e com uma sensação estranha ao perdoar o próximo ou desistir de uma vingança por ter maior clareza espiritual que seu inimigo. Quem já passou por uma destas situações, com certeza já sentiu o que é o amor.
        Talvez não admita, por medo, vergonha, ou por achar que está fora de moda falar e sentir amor, mas em várias situações em nosso dia a dia nos deparamos com este sentimento.
        Em nosso trabalho ou em nosso lar, no trato com as pessoas, praticando a caridade, perdoando e orando. Tudo isso se torna especial, nobre, divino se feito com amor.
        Temos que acreditar nesta força divina. Não há nada nem ninguém que resista a força deste sentimento, mesmo que sejamos bombardeados diariamente através de novelas, filmes, da moda, de uma educação sem valores morais, da degradação da família, tudo isso numa tentativa de distorcer o verdadeiro sentido da palavra amor ensinado pelo mestre Jesus.
        Corinto era uma cidade com a maioria da população vivendo na miséria e sendo oprimida por uma minoria rica que vivia na luxúria e sem valores morais definidos. Paulo de Tarso em uma de suas cartas a este povo, dentre tantos ensinamentos, fala do amor.
        “E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.” [2]

Gianni Salvini
Colaborador da União Espírita Bageense
sgtsalvini@hotmail.com

[1] Evangelho de São João 13:34.
[2] 1ª Carta a Coríntios Cap 13.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O "Vale dos Suicidas"


Hoje daremos continuidade na saga do Espírito que outrora foi denominado como réprobo e hoje nos concede a graça de dar conta de sua condição existencial após o cometimento de um dos atos mais horrendos que pode existir: o suicídio.
Invariavelmente, notamos que temos alguma intuição do que chamamos de penas futuras, ou seja, se vamos para o “céu” ou para o “inferno”. Ocorre que, por estarmos mergulhados em mundo ainda muito materializado realizamos um quadro do futuro mais material, com perdão da redundância, do que espiritual. Exemplificando, imaginamos que se deve comer e beber no outro mundo melhor do que na Terra.
Assim, encontra-se nas diversas crenças acerca do futuro uma mistura de espiritualidade e de materialidade, de forma que ao lado de um “céu” totalmente contemplativo onde passamos a maior parte do tempo na beira dos lagos confraternizando com nossos entes queridos, colocamos o “inferno” com torturas físicas extremas.
Certo é que em sua passagem pela Terra o Mestre Nazareno deixou dito que “há muitas moradas na casa de meu Pai”, numa clara alusão de que a casa do Pai é o Universo e que as diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito. Agora, as palavras de Jesus também se referem ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito.
Allan Kardec, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo[1], relatou que o Espírito “conforme se ache mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns espíritos erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível”.
Nesse sentido, estando em total conformidade com as palavras do Mestre Jesus que veio a ser confirmada pelos estudos de Allan Kardec, podemos reconhecer veracidade na situação enfrentada pelo nosso Espírito amigo Camilo, porque não podemos perder de vista a fé raciocinada, pilar da Ciência Espírita .
 Na obra Memórias de um Suicida[2], Camilo nos descreveu com exatidão o local que permaneceu por um longo período após ter cometido o suicídio: “(...) fora eu surpreendido com meu aprisionamento em região do Mundo Invisível cujo desolador panorama era composto por vales profundos, a que as sombras presidiam: gargantas sinuosas e cavernas sinistras, no interior das quais uivavam, quais maltas de demônios enfurecidos, Espíritos que foram homens, dementados pela intensidade e estranheza, verdadeiramente inconcebíveis, dos sofrimentos que os martirizavam. (...) O solo, coberto de matérias enegrecidas e fétidas, lembrando a fuligem, era imundo, pastoso, escorregadio, repugnante! O ar pesadíssimo, asfixiante, gelado, enoitado por bulcões ameaçadores como se eternas tempestades rugissem em torno. (...) aqui era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há tréguas! (...) O assombroso ‘ranger de dentes’ da advertência prudente e sábia do sábio Mestre de Nazaré”.
A previdente médium Yvonne Pereira, a qual nos transmitiu as mensagens do nosso amigo Camilo, alerta que após a morte, antes que o Espírito se oriente, sendo encaminhado para o seu verdadeiro lar espiritual, passa por um estágio numa espécie de antecâmara numa região onde será “desanimalizado”, ou seja, ficará lá até que se desfaça de seus fluidos e forças vitais de que são impregnados todos os corpos materiais. Agora, claro, o tempo que iremos permanecer neste local dependerá das nossas ações praticadas, do gênero de vida, do gênero de morte, etc.
No caso específico de nosso amigo Camilo, a região para que ele foi arremetido era condizente com o seu gênero de morte: o suicídio.
Por isso, Jesus já havia dito e Kardec reafirmou na obra O Céu e o Inferno: – a cada um, segundo suas obras.
Façamos uma auto-avaliação e ponderemos se temos amado o nosso próximo como o Mestre Jesus nos pediu. Se não temos dirigido pensamentos egoístas e invejosos para o nosso próximo. Avaliemos se estamos nos ajudando. Se não estamos prejudicando o nosso corpo, instrumento divino que o Pai nos concedeu, com uma alimentação nociva, com desregramentos extremos, porque também existe o chamado suicídio inconsciente.
       E, por acaso, se nos vier em algum momento à mente a ideia do cometimento do suicídio propriamente dito, lembremo-nos da situação enfrentada e relatada pelo nosso amigo Camilo. Lembremo-nos da situação por ele enfrentada logo após aquele gesto brutal contra o seu próprio corpo. Lembremo-nos para onde ele mesmo se conduziu com o ato que ele praticou contra a sua pessoa. Mais do que isso, lembremo-nos que não estamos livres de nos encaminharmos para um sinistro “vale dos suicidas” da onde não sairemos até que nos rendamos, verdadeiramente, ao Pai e a Ele sirvamos.

José Artur M. Maruri dos Santos
Advogado e Colaborador da União Espírita Bageense
josearturmaruri@hotmail.com


[1] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ide Editora. p. 37.
[2] PEREIRA, Yvonne A. Memórias de um Suicida. FEB Editora. p. 19-20.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Compartilhando Conhecimento V

Dando sequência a esta série que visa dividir com os amigos este espaço para que possamos todos apreender os conhecimentos uns dos outros, trago mais um artigo do nosso colega Vinícius Lousada, assíduo trabalhador da seara do Mestre Jesus, que hoje presta seus serviços no município de Sertão/RS.

Bons estudos à todos e muito bom final de semana!


COMPANHIAS ESPIRITUAIS
Vinícius Lousada

            No século em que o eminente Louis Pauster revelava a ação de microorganismos, invisíveis a olho nu, na produção da fermentação de certas substâncias ou na decomposição de organismos, Allan Kardec apontava as sondas do que fazer científico para outra realidade não percebida pelos sentidos ordinários.
            Fez de fenômenos que eram mote de distração na alta sociedade parisiense e, ao mesmo tempo, promovidos pela onda do moderno espiritualismo nascido na América, um objeto científico, passível de ser observado por um controle metodológico exigente.
            Arguto pesquisador, se lhe revela a chave de graves questões da humanidade: quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos? Suas conclusões partiram das narrativas dos habitantes do mundo invisível livres do corpo como pássaros que se destinam ao espaço abandonando suas gaiolas.
            A primeira aprendizagem de Kardec como pesquisador foi a de que, sendo os Espíritos nada mais e nada menos que nós mesmos, apartados do corpo, cada qual apresentava saber e moral referente à sua condição evolutiva, não sendo, nenhum deles, dotado de saber universal.
            Assim, jamais o Codificador colocou ingenuamente os Espíritos na condição de gurus absolutos, mas de co-participantes de sua pesquisa sobre as leis que regem a vida espiritual. Eles eram apenas informadores ou instrutores, cada qual com a sua parcial contribuição sempre disposta ao crivo da razão.
            Em O Livro dos Espíritos, encontramos uma categorização dos Espíritos, segundo suas condições evolutivas, onde pesam o predomínio ou não da matéria e a sua propensão para o mal ou bem. Essas categoriais mais gerais são divididas em Espíritos Inferiores, Bons Espíritos e Espíritos Superiores.
            Ainda, segundo o Codificador, em a Revista Espírita, vamos perceber que “sendo a Terra um mundo inferior, isto é, pouco adiantado, resulta que a imensa maioria dos Espíritos que a povoam, tanto no estado errante, quanto encarnados, deve compor-se de Espíritos imperfeitos, que fazem mais mal que bem. Daí a predominância do mal na Terra”.[1]
            Mas é na constatação de nossas relações interexistenciais que está uma das grandes contribuições do Espiritismo em nossas vidas. Estamos mergulhados em diferentes níveis vibratórios e em constante interação com o mundo dos Espíritos do qual o corpo relativamente nos resguarda. Por nossas faculdades espirituais, como a da transmissão e captação do pensamento, somos protagonistas da realidade espiritual.
            Possuímos companhias desencarnadas que são definidas pela sintonia que estabelecemos, radicada em nossa natureza moral. Aliás, esse consiste num oportuno saber lecionado pelos Guias da Humanidade a fim de que não nos façamos, por ignorância, marionetes de outras inteligências já domiciliadas no mundo dos Espíritos, capazes de influir negativamente sobre as nossas escolhas.
            Dentre as companhias espirituais de um indivíduo estão os Espíritos Familiares, simpáticos cujos laços de afeto os interligam formando uma mesma família espiritual, os Espíritos afins aos propósitos e ocupações do encarnado (para sua felicidade ou não) e, por fim, o seu Espírito Protetor, o amorável Anjo da Guarda pertencente a uma ordem elevada[2] e responsável por tutelar o sujeito numa constante e crescente inserção no campo do bem, em prol de sua evolução consciente. Em alguns casos, o Anjo de Guarda além de acompanhar o seu tutelado na erraticidade pode guiá-lo em outras vidas.
            Ninguém na Terra há que não possa contar desde o nascimento com a assistência de seu Benfeitor Espiritual cujo compromisso é a educação mesmo de seu protegido. Os Espíritos Luminares resumem a missão do Anjo de Guarda como sendo a de “um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.”[3]
            Contudo, não podemos desconsiderar que o Anjo da Guarda pode estender a sua ação fraterna sobre outras almas não se restringindo apenas a um único tutelado; como também, pela hierarquia espiritual em que se encontra, dedicar-se a variadas tarefas enobrecidas conforme suas características pessoais forjadas na historicidade de suas vivências.
             Cônscios disso tudo, procuremos estabelecer pelas boas obras a sintonia com o nosso Amigo Espiritual, a fim de que, dignos de sua presença e receptivos aos seus nobres conselhos, sigamos felizes em nossos afazeres nesta vida.
Estudando Kardec: 
“Aos que considerem impossível que Espíritos verdadeiramente elevados se consagrem a tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que nós vos influenciamos as almas, estando embora muitos milhões de léguas distantes de vós. O espaço, para nós, nada é, e, não obstante viverem noutro mundo, os nossos Espíritos conservam suas ligações com os vossos. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa superior às nossas forças e de que não vos deixou sós na Terra, sem amigos e sem amparo. Cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando ele lhe despreza os conselhos.”[4]


[1] Revista Espírita, dezembro de 1862 - Estudos sobre os possessos de Morzine causas da obsessão e meios de combatê-la.
[2] O Livro dos Espíritos, questão 490.
[3] O Livro dos Espíritos, questão 491.
[4] O Livro dos Espíritos, questão, 495.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Caminho da Luz inicia um Curso de Introdução ao Espiritismo


Na próxima quarta-feira, 04/05, às 19h, o Caminho da Luz abre um grupo de estudos que objetiva iniciar um processo de familiarização com a Doutrina Espírita para todos aqueles que assim desejarem.

O grupo de estudos trabalhará com ênfase na obra O Que é o Espiritismo de autoria de Allan Kardec, mas que até mesmo dentro do meio espírita acaba sendo pouco difundida, entre outras obras.

Quem tiver interesse em participar desse estudo que será aberto para adeptos ao Espiritismo e para quem não é espírita, mas deseja conhecer os seus fundamentos, deverá apenas se dirigir ao Caminho da Luz na data aludida e que se situa na Av. Gen. Osório, nº 2478.

Aguardamos a todos!