quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O ESPIRITISMO CONDUZ A DEUS*


Invariavelmente os adeptos do Espiritismo e o Espiritismo propriamente dito são atacados por pessoas ligadas a outras religiões. E isto é inevitável, dado o grau de evolução que a Terra ainda se encontra.
            
Nem todo mundo, também, é simpático às novas ideias alardeadas pela Doutrina Espírita, entre elas a pluralidade das existências, a continuidade da vida espiritual após o falecimento do corpo físico, a possibilidade de comunicação com os Espíritos, entre outras.
            
Neste último ponto, então, é onde reside a maior onda de ataques, porque, segundo alguns, a comunicabilidade com os Espíritos é que torna o Espiritismo obra do chamado “demônio”.
            
Mas o que seria ou quem seria este tal “demônio”?
            
A doutrina dos demônios tem sua origem na antiga crença nos dois princípios, do bem e do mal. Tal doutrina desempenhou ao longo dos séculos grande papel entre todos os povos politeístas. Daí, que ela acabou sendo importada para o seio da Igreja Católica Apostólica Romana, assim como diversas outras crenças pagãs.
            
Para a Igreja, Satã, o chefe ou o rei dos demônios, não é uma personificação alegórica do mal, mas um ser real, fazendo exclusivamente o mal, ao que Deus faz exclusivamente o bem.
            
Segundo Allan Kardec na obra O Céu e o Inferno, capítulo 9, item 7, se assumirmos a questão da forma colocada até os dias de hoje pela Igreja Católica e outras religiões, “Satã, de toda a eternidade, é igual a Deus, ou posterior a Deus? Se ele é de toda a eternidade, é ‘incriado’ e, por consequência, igual a Deus. Deus, então, não é mais único; há o Deus do bem e o Deus do mal”.
            
O Espiritismo, para a Igreja e outras religiões, através da comunicabilidade com os Espíritos é guiado pelo demônio. No entanto, considerando-se os sábios ensinamentos dados pelos Espíritos e o grande número de pessoas que são conduzidas a Deus por seus conselhos, como é possível acreditar que seja obra do demônio?
            
Nesse sentido, Allan Kardec, na obra “Viagem Espírita em 1862” referiu que “o demônio seria bem desastrado, porquanto, quem melhor do que ele para arrebatar os que não creem em Deus, nem em sua alma, nem na vida futura e, por conseguinte, fazer contra eles tudo quanto quisesse? É possível estar mais fora da Igreja do que aquele que em nada crê, embora batizado? O demônio não tem, pois, nada a fazer para atraí-lo e seria muito tolo se ele próprio conduzisse o incrédulo a Deus, à prece e a todas as crenças que o podem desviar do mal, pelo simples prazer de fazê-lo cair depois. Esta doutrina dá uma ideia muito triste do diabo, representado como um ser tão astuto, tornando-o, em verdade, bem pouco temível”.
            
Assim, a doutrina dos demônios se refuta por si mesma, gozando de pouco crédito, mesmo entre os indiferentes. Em breve, seu tempo será passado, e aqueles que a preconizam, ainda, terminarão por abandoná-la, quando virem que ela lhes causa mais prejuízo do que benefícios.
            

Noutra oportunidade, nos reportaremos aos demônios, no entanto, sob a ótica do Espiritismo. 

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 14 e 15 de dezembro de 2013.