terça-feira, 17 de setembro de 2013

AS POSSES IMPERECÍVEIS*

Vários seriados norte-americanos têm exibido a temática de jovens milionários que por acontecimentos diversos acabam isolados em ilhas desertas, privados mesmo do mínimo que qualquer ser humano necessita para sua sobrevivência, assim foi com o famoso “Lost”, o promissor “Arrow” e outros. A indústria cinematográfica também utilizou dessa temática com o clássico “Náufrago”.

Cena clássica do filme Náufrago (2000)
            
Entretanto, o presente espaço não é destinado à crítica cinematográfica, se bem que não podemos desconsiderar que os filmes, as séries e até mesmo as novelas revelam-se interessantes à medida que refletem um pouco do ser humano na sua essência, sob a visão de um autor ou outro. Por isso nos remetemos à temática anteriormente referida.
            
A existência física, no dizer de Joanna de Ângelis, pela sua estrutura transitória, é um convite severo a respeito da conduta que as criaturas se devem impor, em relação aos bens materiais, que sempre transitam de mãos, jamais permanecendo por mais de uma geração naquelas que os detêm.
            
E não se trata de segurança emocional aquela ânsia de reter e desfrutar além do que pode, muito pelo contrário, ela é reveladora da imaturidade do indivíduo, conforme nos elucida a Benfeitora Espiritual.
            
Não bastando a dificuldade para administrar os excessos que nem sempre tem conhecimento, continua ambicionando mais, em tormentoso círculo vicioso pela paixão dominadora das coisas, “como efeito da impossibilidade de autodominar-se e transformar-se interiormente”.
            
O que não ocorre a esse indivíduo, tristemente portador de cupidez, a possibilidade de um acidente aéreo que o coloque em um deserto onde, sedento, investiria os mais expressivos haveres por um copo com água fria e um humilde pedaço de pão, tal qual ocorre nos inúmeros seriados que citamos logo no início.
            
O indivíduo ignora que o significado da posse monetária é muito relativo, valendo o indivíduo pelo que é e nunca pelo que possui.
            
Como refere o Espírito Iluminado, através da mediunidade de Divaldo Franco, na obra Luzes do Alvorecer “as posses não são negativas, mas sim a estrutura moral daqueles que se empenham em retê-la, distante do sentimento de solidariedade em relação ao seu próximo e à Humanidade, que poderia facultar o progresso, diminuir a miséria, favorecer a felicidade”.
            
Diferentemente do que muitos pensam, a utilidade da riqueza está nos recursos que movimenta em favor do bem geral, nunca exclusivamente a serviço do seu possuidor.
            
“Posses são conquistas imperecíveis que acompanham o Espírito na sua trajetória eterna no rumo da Grande Luz”. (Joanna de Ângelis – Luzes do Alvorecer – Livraria Espírita Alvorada Editora)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, na edição que circulou entre os dias 07 e 08 de setembro de 2013.