Vários seriados norte-americanos têm exibido
a temática de jovens milionários que por acontecimentos diversos acabam
isolados em ilhas desertas, privados mesmo do mínimo que qualquer ser humano
necessita para sua sobrevivência, assim foi com o famoso “Lost”, o promissor “Arrow”
e outros. A indústria cinematográfica também utilizou dessa temática com o
clássico “Náufrago”.
Cena clássica do filme Náufrago (2000) |
Entretanto, o presente espaço não é
destinado à crítica cinematográfica, se bem que não podemos desconsiderar que
os filmes, as séries e até mesmo as novelas revelam-se interessantes à medida
que refletem um pouco do ser humano na sua essência, sob a visão de um autor ou
outro. Por isso nos remetemos à temática anteriormente referida.
A existência física, no dizer de
Joanna de Ângelis, pela sua estrutura transitória, é um convite severo a
respeito da conduta que as criaturas se devem impor, em relação aos bens
materiais, que sempre transitam de mãos, jamais permanecendo por mais de uma
geração naquelas que os detêm.
E não se trata de segurança emocional
aquela ânsia de reter e desfrutar além do que pode, muito pelo contrário, ela é
reveladora da imaturidade do indivíduo, conforme nos elucida a Benfeitora
Espiritual.
Não bastando a dificuldade para
administrar os excessos que nem sempre tem conhecimento, continua ambicionando
mais, em tormentoso círculo vicioso pela paixão dominadora das coisas, “como
efeito da impossibilidade de autodominar-se e transformar-se interiormente”.
O que não ocorre a esse indivíduo,
tristemente portador de cupidez, a possibilidade de um acidente aéreo que o
coloque em um deserto onde, sedento, investiria os mais expressivos haveres por
um copo com água fria e um humilde pedaço de pão, tal qual ocorre nos inúmeros
seriados que citamos logo no início.
O indivíduo ignora que o significado
da posse monetária é muito relativo, valendo o indivíduo pelo que é e nunca
pelo que possui.
Como refere o Espírito Iluminado,
através da mediunidade de Divaldo Franco, na obra Luzes do Alvorecer “as posses
não são negativas, mas sim a estrutura moral daqueles que se empenham em
retê-la, distante do sentimento de solidariedade em relação ao seu próximo e à
Humanidade, que poderia facultar o progresso, diminuir a miséria, favorecer a
felicidade”.
Diferentemente do que muitos pensam,
a utilidade da riqueza está nos recursos que movimenta em favor do bem geral,
nunca exclusivamente a serviço do seu possuidor.
“Posses são conquistas imperecíveis
que acompanham o Espírito na sua trajetória eterna no rumo da Grande Luz”.
(Joanna de Ângelis – Luzes do Alvorecer – Livraria Espírita Alvorada Editora)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
Comente:
josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, na edição que circulou entre os dias 07 e 08 de setembro de 2013.