quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

MOISÉS E SUA CONDIÇÃO DE FÉ INABALÁVEL*

Moisés - o libertador dos hebreus
Em dado momento, o povo hebreu estava a retirar-se de um Egito ainda atônito com a figura resplandecente de Moisés. Antes, um príncipe egípcio investido em todas as suas prerrogativas, agora, depois de anos afastado do reino, um semblante transformado, renovado profundamente.
            
Não havia dúvidas que o Libertador dos hebreus havia sido tocado por Deus.   Moisés, que antes vivia sem qualquer fé nos deuses egípcios, os quais eram cultuados e idolatrados de forma estéril, mais tarde, apresentava-se diante do Faraó Ramsés firme e convicto em seu propósito, numa condição que o Espiritismo denomina de “fé inabalável”.
            
O culto às imagens sempre vem revestido de práticas exteriores, contribuindo, com isso, apenas com o aumento do número de incrédulos, porque tais práticas, segundo Allan Kardec, exigem a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.
            
Para Moisés não bastava nem a fé cega de seu povo em um Deus que, segundo eles, os havia abandonado, em vista da escravidão e da fome por qual passavam e, tampouco, a fé em deuses que exemplificavam apenas a idolatria e a prática exterior.
            
Moisés, um Espírito a frente de seu tempo, com uma inteligência peculiar, esteve por anos sedento de algo que, supunha ele, ainda não conhecia. Dessa forma, as longas conversas que teve com Deus em suas meditações, após o êxodo do Egito, mataram sua sede de compreensão. Ele adentrara no campo da fé raciocinada, apoiado nos fatos que lhe eram apresentados e na lógica, que nenhuma obscuridade deixa.
            
Este é um dos problemas da sociedade atual. As provas da preexistência e imortalidade da alma jorram aos borbotões, mas as pessoas fogem de observá-las. Alguns ainda fazem pouco caso, outros sentem o temor de serem forçados a mudar de hábitos, mas na maioria, não existe nada além do orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teriam que se curvar diante dela.
            
Moisés cria, porque tinha certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu.
            
Contudo, não existem almas privilegiadas e nem seres que atingem a perfeição sem antes estagiar em condições inferiores, do contrário teríamos a negação da Lei do Progresso e do Trabalho, por isso, assim como Moisés, temos a plena condição de compreender, pelos fatos e pela lógica, renovando-nos para assumir uma condição verdadeiramente humilde diante do Criador, sem deixar de trabalhar pelo amor, pela caridade e pela libertação das consciências.
Ewerton Quadros
            
“O Espiritismo nos oferece a verdadeira confiança, raciocinada e renovadora; eis por que o espírita não está condenado a atividade inexpressiva ou vegetante. Caridade é dinamismo do amor. Evangelho é alegria. Não é sistema de restringir as idéias ou tolher as manifestações, é vacinação contra o convencionalismo absorvente”. Espírito Ewerton Quadros.

(Referências: Chico Xavier e Waldo Vieira por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. 129-130. Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Cap. 25. Item 9, p. 302).
           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, Bagé, que circulou entre os dias 01 e 02 de agosto de 2015 podendo, também, ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.