sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

TRANQUILIDADE*

É notável a preocupação estabelecida entre todos os seres que compõem a sociedade com a economia do Brasil. Especialistas em economia, jornalistas, leigos, tentam entender o porquê das subas nos preços dos produtos e assim por diante.
            
Afora isso, a população, ensandecida pela busca de manter-se numa condição social desejável, faz o que pode e o que não pode para obtenção de recursos financeiros. Fadigados, esquecem-se da Providência Divina.
            
Já nos disse Jesus: “não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração”.
            
Ocorre que o homem não se contenta com o que tem e busca sempre o supérfluo. E nessa busca desenfreada afadiga-se na busca da posse do ouro.
            
E quando se fala isso, não se está fazendo apologia ao ócio, muito pelo contrário, crer na Providência Divina significa que Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. No entanto, é necessário trabalhar sob o amparo da inteligência que nos foi concedida, porque fomos criados sem vestes e sem abrigo, mas tivemos o dom da inteligência para fabricá-los.
            
Jesus lecionava: “Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado”.
            
Que seja chegada a hora de ligarmos maior importância para os bens espirituais do que aos materiais. Com isso, teremos tranqüilidade e paz de consciência.
            
Em favor de sua paz, conserve fidelidade a si mesmo. Lembre-se de que, no dia do calvário, a massa aplaudia a causa triunfante dos crucificadores, mas o Cristo, solitário e vencido, era a causa de Deus”.

(Referências: Chico Xavier e Waldo Vieira por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. 129-130. Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Cap. 25. Item 9, p. 302).
           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou, em Bagé e região, entre os dias 25 e 26 de julho de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo portal jornalminuano.com.br.

O FILHO DO ORGULHO*

Cairbar Schutel
O melindre, segundo o Dicionário Michaelis, entre outras definições, significa “cuidado extremo em não magoar ou ofender por palavras ou obras”.
            
Comumente deparamo-nos com pessoas que se sentem “melindradas” em instituições e repartições. Invariavelmente, os indivíduos que se melindram julgam-se mais importantes que a própria obra ou ação.
            
É um jovem aconselhado pelo irmão amadurecido e que se descontenta, rebelando-se contra o aviso da experiência; é uma pessoa que se sente desatendida ao procurar o companheiro de cuja cooperação necessita, nos horários em que esse mesmo companheiro, por sua vez, necessita trabalhar a fim de prover a própria subsistência; ou, então, um amigo que não se viu satisfeito ante a conduta do colega, na instituição, e deserta, revoltado, englobando todos os demais em franca reprovação, incapaz de reconhecer que essa é a hora de auxílio mais amplo.
            
O Espírito Cairbar Schutel alerta que “o melindre gera a prevenção negativa, agravando problemas e acentuando dificuldades, em vez de aboli-los. Essa alergia moral demonstra má vontade e transpira incoerência, estabelecendo moléstias obscuras nos tecidos sutis da alma”.
            
Segundo o próprio espírito supracitado, o melindre é “filho do orgulho” e propele a criatura a situar-se acima do bem. E o orgulho, como tal, é o terrível adversário da humildade.
            
Jesus, o pedagogo por excelência, disse-nos que “será o maior no Reino dos Céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança”, ou seja, que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade. Se observarmos tal preceito, não teremos qualquer motivo para melindrarmos.
            
Evitemos tal sensibilidade de porcelana sem razão de ser e nos aproximemos de nossos irmãos na prática do auxílio mútuo.
            
Com a humildade não há o melindre que piora aquele que o sente, sem melhorar a ninguém. Cabe-nos ouvir a consciência e segui-la, recordando que a suscetibilidade de alguém sempre surgirá no caminho, alguém que precisa de nossas preces, conquanto curtas ou aparentemente desnecessárias. E para terminar, meu irmão, imagine se um dia Jesus se melindrasse com os nossos incessantes desacertos...” Cairbar Schutel
           


(Referências: Chico Xavier e Waldo Vieira por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. 129-130).
           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou entre os dias 18 e 19 de julho de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo portal jornalminuano.com.br.