terça-feira, 27 de janeiro de 2015

SIMPATIA E BONDADE




A rede televisiva BBC, através de seu sítio de informações, trouxe um estudo publicado pela revista científica PNAS (Procedimentos da Academia Nacional de Ciências) onde pesquisadores calcularam matematicamente como os atributos físicos podem influenciar as primeiras impressões.
             
No estudo mais de mil fotos de perfis em redes sociais foram analisadas e os pesquisadores afirmaram que pequenas mudanças nas dimensões de um rosto podem transmitir uma personalidade mais confiável ou uma ideia de liderança, por exemplo. Por outro lado, restou consenso entre os pesquisadores sobre o sorriso. Em caso de dúvida, na hora de escolha das fotos, o conselho deles é para que seja utilizada aquela captura de imagem com um sorriso bem largo.
             
No entanto, não podemos fiar-nos apenas nas aparências. O próprio Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, já dizia que “a educação e o hábito do mundo podem dar o verniz dessas qualidades”, a afabilidade e a doçura, ambas geradoras de simpatia e bondade.
             
Aliás, a simpatia e a bondade são dois derivados naturais do amor. Bem disse Emmanuel através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier que “a criança e o jovem, a mulher e o homem, tornam-se enfermiços e infelizes, se não recebem o calor da bondade e da simpatia por alimento providencial na sustentação do equilíbrio e da saúde, da esperança e da paz, que lhes são indispensáveis no esforço de cada dia”.
             
Nessa linha, quando fotos são vistas nas várias redes sociais da internet ou em colunas sociais das diferentes revistas e jornais que andam em circulação, não cai em desuso uma lição evangélica expressada pelo “Espírito Lázaro”, em Paris no ano de 1861: “Não basta que dos lábios gotejem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, há hipocrisia”. 
             
Contudo, “aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, nunca se contradiz; é o mesmo diante do mundo e na intimidade; ele sabe, aliás, que se pode enganar os homens, pelas aparências, não pode enganar a Deus”.
             
Até mesmo o animal, por mais inferior que seja na escala dos seres, requer o carinho e a ternura da Terra, a fim de manter as próprias funções e aperfeiçoar o seu modo de ser, no meio em que se desenvolve.
            
Diante disso, é imperioso que utilizemo-nos dos recursos da simpatia que ajuda e compreende, da bondade que concede e perdoa, para que ampliemos a misericórdia no mundo e fortaleçamos a fraternidade entre todas as criaturas.
             
Sejamos generosos com a alma infeliz e em desajuste e descobriremos imprevistas nuances do amor.
             
Não desprezemos a simpatia e a bondade ante as lutas alheias, e a bondade e a simpatia nos outros nos abençoarão por toda a vida.   

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. IDE Editora. Capítulo 09. item 06. p. 96-97. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 25-26. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/07/140729_rosto_personalidade_jw_kb.shtml).         

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO*



O Apóstolo Paulo trouxe sublime lição em O Evangelho Segundo o Espiritismo, comunicação proferida no ano de 1860, em Paris: “Fora da Caridade não há salvação. (...) Passai à direita, vós os benditos de meu Pai. Vós os reconhecereis pelo perfume de caridade que espargem ao seu redor. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada resume melhor os deveres do homem, do que esta máxima da ordem divina”.
             
O próprio Allan Kardec, na mesma obra supracitada, abriu tópico especial para tratar do assunto que considerava como fundamental na doutrina nova que estava sendo revelada.
             
Assim se referiu o Codificador: “Enquanto a máxima: ‘Fora da caridade não há salvação’ se apoia sobre um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à felicidade suprema, o dogma: ‘Fora da igreja não há salvação’ se apóia, não sobre a fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, mas sobre a fé especial em dogmas particulares”.
             
Crer em dogmas é uma prática absolutista, para não dizer exclusivista, porque em lugar de unir os filhos de Deus, os divide; em lugar de os excitar ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entres os sectários dos diferentes cultos que se consideram reciprocamente como malditos na eternidade, fossem eles parentes ou amigos neste mundo.
             
Está aí a guerra política, religiosa e sectária da chamada “Faixa de Gaza” para não nos deixar mentir.
            
O dogma ‘fora da igreja não há salvação’ que também poderia ser substituído por ‘fora da minha religião não há salvação’, somente faz com que os filhos de Deus vivam em inimizade e perseguição. Esse dogma é essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.
             
Por outro lado, Allan Kardec também considera outra máxima equivalente a que acabamos de comentar. Trata-se da máxima ‘fora da verdade não há salvação’, também exclusivista, porque não há uma só seita que não pretenda ter o privilégio da verdade.
            
Nessa linha, o Espiritismo, de acordo com o Evangelho, adotou como bandeira a máxima ‘fora da caridade não há salvação’, porque admite que a salvação independa da crença, conquanto que se observe a lei de Deus, também, porque, não pretende ensinar toda a verdade, visto que em lugar de unir, perpetuaria o antagonismo.
             
Mais uma vez, vale a transcrição de outro trecho da mensagem do “Apóstolo Paulo”: “Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade, e vossa consciência vos responderá; não somente ela vos evitará de fazer o mal, mas vos levará a fazer o bem: porque não basta uma virtude negativa, é preciso uma virtude ativa; para fazer o bem é preciso sempre a ação da vontade; para não fazer o mal basta, frequentemente, a inércia e a negligência”.
             
O iluminado Bezerra de Menezes conclui: “O espírita cristão é chamado aos problemas do mundo, a fim de ajudar-lhes a solução; contudo, para atender em semelhante mister, há que silenciar discórdia e censura e alongar entendimento e serviço. É por essa razão que, interpretando o conceito ‘salvar’ por ‘livrar da ruína’ ou ‘preservar do perigo’, colocou Allan Kardec, no luminoso portal da Doutrina Espírita, a sua legenda inesquecível: ‘fora da caridade não há salvação”. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. IDE Editora. Capítulo 15. item 10. p. 153-155. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 24).           

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 26 e 27 de julho de 2014 e também pode ser acompanhado por AQUI.