Francisco Cândido Xavier |
O último dia 02 de abril marcou a data do
aniversário natalício de um dos maiores divulgadores do Espiritismo em solo
brasileiro. O inesquecível Francisco de Paula Cândido, mais conhecido como
Chico Xavier.
Através de sua mediunidade, psicografou 468
livros, sendo que 7 deles venderam mais de 50 milhões de exemplares, o elevando
ao patamar de escritor brasileiro de maior sucesso comercial da história.
No entanto, sempre cedeu todos os
direitos autorais dos livros, em cartório, para instituições de caridade. Também
psicografou cerca de dez mil cartas, nunca tendo cobrado qualquer valor a
quaisquer dos destinatários. Seus empregos foram vendedor, operário fabril e
datilógrafo.
Chico Xavier teve seu primeiro
contato com o Espiritismo em 1927, quando sua madrasta desencarnou, e se
deparou com a insanidade mental de uma de suas irmãs que se descobriu, mais
tarde, ser causada por uma obsessão espiritual.
Por orientação de um amigo, Chico buscou estudar o fenômeno no
Espiritismo, logo abandonando o catolicismo e tornando-se espírita.
Em 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou
a psicografia da
obra Parnaso de Além-Túmulo. Esse ano, que marca a "maioridade"
do médium, é o ano do encontro com seu amigo espiritual Emmanuel, "...à sombra de uma árvore, na beira de uma represa..." (SOUTO
MAIOR, 1995:31). O benfeitor espiritual informa-o sobre a sua missão de
psicografar uma série de trinta livros e explica-lhe que para isso são lhe
exigidas três condições: "disciplina, disciplina e disciplina".
Em 1943, veio ao público uma das
obras mais populares da literatura espírita no país, o romance Nosso Lar.
A obra foi a mais vendida e divulgada entre todas psicografadas pelo médium. Em
2010, ela se tornou filme e rumou para os cinemas de todo o país. Essa foi a
primeira obra de uma séria de livros de autoria do Espírito André Luiz.
Nesse período, Chico Xavier tornou-se
conhecido em todo o país e cada vez mais pessoas passaram a procurá-lo em busca
de curas e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo em um
centro informal de peregrinação.
A década de 70 foi marcada pela
participação de Chico Xavier em programas de televisão, ficando famosa a
entrevista concedida ao vivo ao programa Pinga Fogo da TV Tupi, em 28 de julho de 1971. Na época,
a entrevista conseguiu a maior audiência da história da televisão brasileira.
O médium morreu aos 92 anos de idade,
em decorrência de parada cardiorrespiratória, no dia 30 de junho do ano de
2002.
Conforme relatos de amigos e parentes
próximos, Chico dizia que iria desencarnar em um dia em que os brasileiros
estivessem muito felizes e em que o país estivesse em festa, para assim o
desencarne dele não causar qualquer comoção. Exatamente naquele dia o país
festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol - ele desencarnou
cerca de nove horas depois da partida vencida pelo Brasil diante da
Alemanha no Japão e o povo brasileiro tomava às ruas em comemoração.
O então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, emitiu nota
sobre a morte do médium: "Grande líder espiritual e figura querida e
admirada pelo Brasil inteiro, Chico Xavier deixou sua marca no coração de todos
os brasileiros, que ao longo de décadas aprenderam a respeitar seu permanente
compromisso com o bem estar do próximo".
“Não
basta investigar fenômenos, aderir verbalmente, melhorar a estatística,
doutrinar consciências alheias, fazer proselitismo e conquistar favores da
opinião, por mais respeitável que seja, no plano físico. É indispensável
cogitar do conhecimento de nossos infinitos potenciais, aplicando-os, por nossa
vez, nos serviços do bem”. (Trecho do autor espiritual Emmanuel extraído da
apresentação da obra Nosso Lar, psicografada por Chico Xavier)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou em Bagé/RS e região entre os dias 05 e 06 de abril de 2014 e que também pode ser acompanhado por AQUI.