Um
dos sentimentos mais nobres que o ser humano pode haurir em sua caminhada de
Espírito imortal é a gratidão. Porém a conquista do “ser grato” está
diretamente vinculada ao amadurecimento da criatura divina.
A
gratidão, na lição do Espírito Joanna de Ângelis[1],
benfeitora espiritual do médium Divaldo Pereira Franco, é “filha da maturidade alcançada mediante a razão, sobrepõe-se ao
instinto, é conquista de elevada magnitude pelo propiciar de equilíbrio que
faculta àquele que a sabe ofertar”.
Infelizmente,
em meio às massas populacionais, não são todos os indivíduos que avançaram na
conquista deste nobilíssimo sentimento. Aliás, a própria sociedade ainda evolui
vagarosamente para tornar-se verdadeiramente grata com aqueles que lhe
antecederam. Restringindo ainda mais esta observação, é comum deparar-se com a
falta de gratidão até mesmo no âmbito doméstico, no seio da família.
Quantos
filhos, neste exato momento, não estão a abandonar os seus pais? Quantos gestores
públicos não estão a desamparar os idosos que muito já contribuíram para a
elevação da sociedade em que vivemos, com o suor do seu trabalho honesto? Tais
condutas denotam apenas o sentimento de ingratidão, filha da soberba, do
orgulho ou da prepotência, remanescentes do instinto, uma sombra perturbadora.
Ainda,
quando se pode refletir sobre o sentimento de gratidão, automaticamente se quer
retribuir tudo aquilo que já foi recebido, o que a torna insignificante,
destituída de valor.
Nesse
passo, basta que observemos as inúmeras legislações que tentam equilibrar as
relações doentias do cotidiano, desprovidas da verdadeira gratidão.
A
verdadeira gratidão é aquele sentimento nobre e justo, adquirido pelo Espírito
que alcança o seu significado de imortalidade. Este indivíduo grato abençoa
tudo e a todos, a flor que exterioriza o seu perfume, o Sol que preserva o
milagre da vida, até mesmo a própria existência que poderia ter sido
interrompida através do aborto e assim não se sucedeu.
Quando
se é grato, não se experimenta nenhuma decepção ou queixa, porque não se espera
nada em resposta ao que se realiza. Quando se é grato, a vida é vivida em
plenitude, o que significa autorrealização, uma bênção de Deus.
Enfim,
como não poderia deixar de ser, Joanna de Ângelis nos remete ao estudo do
Evangelho de Jesus que, para ela, significa[2]
“uma sinfonia de gratidão entoada em
todas as fases do seu ministério. Quando ele enunciou que nos trazia boas novas
de alegria, propôs-nos a felicidade, e esta, de imediato, adorna-se de gratidão”.
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
* Artigo publicado no Jornal Minuano, em Bagé/RS, 19 de setembro de 2012.
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=78870
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=78870
[1]
FRANCO, Divaldo. Espírito Joanna de Ângelis. PSICOLOGIA DA GRATIDÃO. Editora
Leal: Salvador, p. 22.
[2]
FRANCO, Divaldo. Espírito Joanna de Ângelis. PSICOLOGIA DA GRATIDÃO. Editora
Leal: Salvador, p. 150.