quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A GRATIDÃO – FERRAMENTA DE AUTORREALIZAÇÃO*



Um dos sentimentos mais nobres que o ser humano pode haurir em sua caminhada de Espírito imortal é a gratidão. Porém a conquista do “ser grato” está diretamente vinculada ao amadurecimento da criatura divina.

A gratidão, na lição do Espírito Joanna de Ângelis[1], benfeitora espiritual do médium Divaldo Pereira Franco, é “filha da maturidade alcançada mediante a razão, sobrepõe-se ao instinto, é conquista de elevada magnitude pelo propiciar de equilíbrio que faculta àquele que a sabe ofertar”.

Infelizmente, em meio às massas populacionais, não são todos os indivíduos que avançaram na conquista deste nobilíssimo sentimento. Aliás, a própria sociedade ainda evolui vagarosamente para tornar-se verdadeiramente grata com aqueles que lhe antecederam. Restringindo ainda mais esta observação, é comum deparar-se com a falta de gratidão até mesmo no âmbito doméstico, no seio da família.

Quantos filhos, neste exato momento, não estão a abandonar os seus pais? Quantos gestores públicos não estão a desamparar os idosos que muito já contribuíram para a elevação da sociedade em que vivemos, com o suor do seu trabalho honesto? Tais condutas denotam apenas o sentimento de ingratidão, filha da soberba, do orgulho ou da prepotência, remanescentes do instinto, uma sombra perturbadora.

Ainda, quando se pode refletir sobre o sentimento de gratidão, automaticamente se quer retribuir tudo aquilo que já foi recebido, o que a torna insignificante, destituída de valor.

Nesse passo, basta que observemos as inúmeras legislações que tentam equilibrar as relações doentias do cotidiano, desprovidas da verdadeira gratidão.

A verdadeira gratidão é aquele sentimento nobre e justo, adquirido pelo Espírito que alcança o seu significado de imortalidade. Este indivíduo grato abençoa tudo e a todos, a flor que exterioriza o seu perfume, o Sol que preserva o milagre da vida, até mesmo a própria existência que poderia ter sido interrompida através do aborto e assim não se sucedeu.

Quando se é grato, não se experimenta nenhuma decepção ou queixa, porque não se espera nada em resposta ao que se realiza. Quando se é grato, a vida é vivida em plenitude, o que significa autorrealização, uma bênção de Deus.

Enfim, como não poderia deixar de ser, Joanna de Ângelis nos remete ao estudo do Evangelho de Jesus que, para ela, significa[2]uma sinfonia de gratidão entoada em todas as fases do seu ministério. Quando ele enunciou que nos trazia boas novas de alegria, propôs-nos a felicidade, e esta, de imediato, adorna-se de gratidão”.
                           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense


* Artigo publicado no Jornal Minuano, em Bagé/RS, 19 de setembro de 2012.
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=78870


[1] FRANCO, Divaldo. Espírito Joanna de Ângelis. PSICOLOGIA DA GRATIDÃO. Editora Leal: Salvador, p. 22.
[2] FRANCO, Divaldo. Espírito Joanna de Ângelis. PSICOLOGIA DA GRATIDÃO. Editora Leal: Salvador, p. 150.