É de se observar que ao longo da história tanto
o processo de evolução social e política da criatura humana como da sociedade
tem sido lento e assinalado por dificuldades quase intransponíveis.
O Espírito Otávio Mangabeira, em comunicação
oferecida através da mediunidade de Divaldo Franco, em Salvador-BA, referiu,
com absoluta razão, que “o tirano tem
governado mais do que o sábio. O guerreiro tem estado à frente dos países em
maior número de vezes do que o pacificador. Os ditadores dominaram mais os
povos do que os idealistas. E embora essas lições amargas da História, o ser
humano em particular e os povos em geral não aprenderam a eleger seus
dirigentes. A grande tragédia da dominação arbitrária tem vicejado através dos
tempos”. (Luzes do Alvorecer. Editora Leal. p. 54)
Porém, o fatalismo da evolução é
impostergável e apesar de todas as vicissitudes a marcha do progresso dá-se
pouco a pouco. Com Jesus, o Legislador Ideal, os direitos humanos foram
estabelecidos e a verdadeira fraternidade foi apresentada à Terra como um
desafio, pagando Ele com a vida por sua audácia de programar um mundo melhor.
Com as luzes do Renascimento, os
filósofos ressuscitaram os ideais de liberdade e vozes como as de Jean-Jacques
Rousseau, o Marquês de Beccaria e retomaram a bandeira de dignidade do ser
humano, incentivando contra o crime, tornado legal através da pena de morte, o
direito divino dos reis e os preconceitos que denigrem as criaturas.
À medida que a ciência, a filosofia e
as artes se libertavam do totalitarismo da Religião e da dominação dos vulgares
elevados à condição de governantes, as doutrinas políticas e sociais começaram
a abrir espaço para a implantação dos futuros ideais democráticos.
Otávio Mangabeira, ainda, alardeia
que “enquanto o lar não se transforme em
escola moralizadora e a Escola não se converta em santuário de edificação
humana, o indivíduo caminhará dominado pelas suas paixões mais vis, impondo-se
pela violência, por faltar o discernimento da razão para ajudá-lo a triunfar
sem sujeitar o seu próximo”.
A Política, pouco a pouco, assumirá a
postura de ciência, substituindo a politicagem soez que ainda domina, mas que
vai sendo desmascarada, porque as consciências despertas já não aceitarão
representantes que se digladiam nas tribunas por interesses mesquinhos e muito
menos outros que montam estratégias e batem de porta em porta pedindo votos em
troca de alguns benefícios.
Todos os seres nasceram para ser
livres, particularmente o humano. O Espírito é desimpedido e o ser humano assim
o é, momentaneamente no invólucro carnal, não necessitando de algema
escravagista, porque o corpo já o limita enquanto no imo ele anela pela
liberdade total.
Mas é o ser humano em si mesmo que
merece todo o apoio e incentivo, auxílio e dignificação para a felicidade,
jamais para a escravidão ou a subserviência.
A todos os homens que conhecem o
Evangelho e a sua Mensagem, ou mesmo aqueles que não conhecem, mas que se
impõem pela sua conduta reta, cabe a tarefa luminosa de apressar esses dias,
para que seja lograda a conquista democrática dos direitos humanos, num mundo
de paz onde todos tenham liberdade e fruam das condições essenciais para serem
felizes.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 24/08/2013 e 25/08/2013.