terça-feira, 19 de julho de 2016

OS ESPÍRITOS PODEM AGIR SOBRE A MATÉRIA*

Dias atrás dissemos aqui que os sinais, um dos modos de comunicação espírita, consistem no movimento significativo de certos objetos com ruídos ou golpes desferidos.
            
A este modo de comunicação espírita, referiu-se Allan Kardec, quando indagou da plêiade de Espíritos que coordenaram a codificação do Espiritismo, “como os Espíritos podem agir sobre a matéria? Sendo que parece contrário a todas as idéias que fazemos da natureza dos Espíritos”.
            
A resposta dos Espíritos benfeitores veio no seguinte sentido: “Segundo vós, o Espírito nada é; e isso é um erro. Já vos dissemos que o Espírito é alguma coisa, daí porque pode agir por si mesmo. Vosso mundo, porém, é muito grosseiro para que ele possa fazê-lo sem um intermediário, isto é, sem o laço que une o Espírito à matéria”.
            
É importante ressaltar que, para a Doutrina Espírita, o laço que une o Espírito à matéria é chamado de “perispírito”, uma espécie de corpo espiritual, sendo, por isso, imaterial.
            
Por isso, Allan Kardec observa que “sendo imaterial o laço que une o Espírito à matéria ou, pelo menos, impalpável, essa resposta não resolveria a questão se não tivéssemos o exemplo de forças igualmente imponderáveis agindo sobre a matéria”.
            
É certo que o pensamento, por exemplo, é a primeira causa de todos os nossos movimentos voluntários; a eletricidade, da mesma forma, derruba, levanta e transporta massas inertes. Enfim, nas palavras do próprio Kardec, “do fato de não se conhecer o motor, seria ilógico concluir que ele não existe”.
            
Com isso, podemos concluir que o Espírito pode ter alavancas que nos são ocultas aos sentidos. Nos fenômenos espíritas a causa imediata é um agente físico, mas a causa primeira é uma inteligência que age sobre esse mesmo agente, como o nosso pensamento age sobre nossos membros.

(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita. Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 34).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou no dia 30 de maio de 2015.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

MODOS DE COMUNICAÇÃO - ESPIRITOLOGIA*

Seguindo a lógica apresentada há duas semanas, vamos avançar no estudo dos modos de comunicação espírita, segundo a Revista Espírita do mês de janeiro de 1858, editada por Allan Kardec.
            
O terceiro e último modo de comunicação apresentado pelo Codificador do Espiritismo, trata-se da comunicação pela palavra.
            
Atualmente, podemos dizer que este modo de comunicação é o mais comum entre os médiuns espíritas, dividindo espaço com a psicografia, por serem, a escrita e a palavra, os meios mais completos para a transmissão dos pensamentos dos Espíritos.
            
A comunicação pela palavra, denominada, didaticamente, por Allan Kardec, como “espiritologia”, é a influência de um poder oculto que certas pessoas sofrem nas cordas vocais, assim como outras sentem nas mãos, quando escrevem.
            
Allan Kardec ressalta, ainda, que algumas comunicações verbais podem ocorrer sem intermediários corpóreos. “Palavras e frases podem ressoar aos nossos ouvidos ou em nosso cérebro, sem causa física aparente. Os Espíritos podem, igualmente, aparecer-nos em sonho ou em estado de vigília, e dirigir-nos a palavra para nos dar avisos ou instruções”.
            
Em verdade, razão assiste à Kardec quando ressalta que de todos os diferentes modos de comunicação a escrita tem a vantagem de deixar traços materiais e de ser um dos meios mais adequados para combater a dúvida.
            
No entanto, não somos livres para escolher, os Espíritos comunicam-se pelos meios que julgarem mais apropriados, dependendo das aptidões encontradas.
            
O importante, enfim, é avaliarmos sempre as mensagens, porque somente pela regularidade e freqüência das comunicações é que poderemos identificar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais nos ocupamos, assim como o grau de confiança que merecem.

(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita. Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 31-33).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, no dia 23 e 24 de maio de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.