sexta-feira, 11 de março de 2016

TRABALHA E PRODUZIRÁS*


Individualmente, através das épocas, o homem sempre buscou seu aprimoramento físico e intelectual. É inegável que o homem sempre foi talhado para o progresso, individual e coletivo.
            
No entanto, o homem sempre voltou seus olhos para o céu, para o divino, para o esotérico. Como se as estrelas do céu e os deuses pudessem lhe auxiliar no próprio progresso.
            
Com Jesus, os homens aprenderam que nós somente podemos esperar pelo progresso se estivermos respeitando a lei do trabalho. “Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará”. “Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á”.
            
Allan Kardec elucida bem a questão do trabalho e do progresso em O Evangelho Segundo o Espiritismo, vejamos:
            
Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta”.
            
Ao contrário de outras vertentes religiosas, o Espiritismo tem uma visão progressista de Humanidade, o que significa dizer que ele não se indispõe com a Ciência, ele se fundamenta nela. Até mesmo por isso, ele indica que não esperemos o milagre vir do imponderável. É nosso dever trabalhar, e, trabalhando, atingiremos os progressos que buscamos para nós e para a coletividade.
            
Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado, assim como se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso, Ele nos disse: “procura e acharás; trabalha e produzirás”.
            
Que ovelha somos? E com semelhante pergunta, busquemos na disciplina, ante o Cristo de Deus, a nossa posição de servidores do bem, na certeza de que a humildade conferir-nos-á sintonia com o Divino Pastor, para que, sublimando e servindo, atinjamos com Ele o aprisco celeste na imortalidade vitoriosa”. Emmanuel

(Referências: Allan Kardec; O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 25. Item 02. FEB Editora. p. 299-300. Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Por Espíritos Diversos; O Espírito da Verdade; Capítulo 74, p. 247)

 José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou no dia 01 de maio de 2015 e também pode ser acompanhada pelo portal jornalminuano.com.br.

quinta-feira, 3 de março de 2016

NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES*

Dissemos em nossa última coluna que uma das ocupações do Espiritismo é entender as manifestações dos Espíritos, com isso, iniciamos o estudo das diferentes naturezas de manifestações dos Espíritos, segundo a Revista Espírita, editada por Allan Kardec.
            
A sexta manifestação lá citada, numa lista que continha seis diferentes espécies de manifestações, estava a que o Codificador Lionês definiu como comunicações, ou seja, manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os Espíritos.
            
Entre elas situam-se as comunicações frívolas, grosseiras, sérias ou instrutivas.
            
Na própria Revista Espírita encontramos as respostas para cada uma delas, segundo Allan Kardec, senão vejamos:
            
“- Comunicações frívolas: emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que não ligam nenhuma importância ao que dizem.
            
- Comunicações grosseiras: traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.
            
- Comunicações sérias: são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.
            
- Comunicações instrutivas: são as comunicações sérias que tem por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, conforme o grau de elevação e desmaterialização do Espírito”.
            
É importante a catalogação efetuada por Allan Kardec com base na observação e prática com os Espíritos, isso porque desmistifica a ideia de que pelo fato das comunicações partirem de Espíritos serão sempre instrutivas.
            
Assim como existem homens sérios e homens levianos, existem Espíritos sérios e Espíritos levianos. O próprio Allan Kardec refere que “se é preciso ter experiência para julgar os homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos”.
            
Quanto a isso, por fim, fiquemos com a lição do Professor Rivail – Allan Kardec: “Somente pela regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem”.

(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita. Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 29-30).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 25 e 26 de abril de 2015 e que também pode ser acessado pelo portal www.jornalminuano.com.br.