quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SE TENS FÉ*



Emmanuel
"Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.

Desse modo, não te restrinjas à confiança inerte, porque a existência em toda parte nos honra, a cada um, com obrigação de servir.
  
Se tens fé, não permitirás que os eventos humanos te desmantelem a fortaleza do coração.
  
Transitarás, no mundo, sabendo que o divino equilíbrio permanece vigilante e mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não ignoras que a infinita bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo.
  
Se tens fé não registrarás os golpes da incompreensão alheia, porquanto identificarás a ignorância por miséria extrema do Espírito e educarás generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja.
  
Ainda que os mais amados te releguem à solidão, avançarás para a frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho te envolverá o sentimento em nova luz de esperança e consolação.
  
Se tens fé, não te limitarás a dizê-la simplesmente, qual a oração sem as boas obras te outorgaste direitos e privilégios inadmissíveis na Justiça de Deus, mas, sim, caminharás realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem para todas as criaturas.
  
Se tens fé, sustentarás, sobretudo, o esforço diário do próprio burilamento, através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que, aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei". 

(Referência: Pelo Espírito Emmanuel. Extraído da obra O Espírito da Verdade. Waldo Vieira e Chico Xavier. FEB Editora. p. 107-108)

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, que circulou entre os dias 17 e 18 de janeiro de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

NO RETOQUE DA PALAVRA*


André Luiz


Seja onde for, não afirme: - Detesto esse lugar!
            
Cada criatura vive na terra dos seus credores.
             
Ouvindo a frase infeliz, não grite: - É um desaforo!
            
 Invigilância alheia pede a nossa vigilância maior.
             
Atravessando a madureza, não se lamente: - Já estou cansado.
             
Sintoma de exaustão, vontade enferma.
             
Sentindo a mocidade, não assevere: - Preciso gozar a vida!
             
Romagem terrestre não é excursão turística.
            
 À frente do amigo endividado, não ameace: - Hoje ou nunca!
             
Agora alguém se compromete, amanhã seremos nós.
             
Ao companheiro menos categorizado, não ordene: - Faça isso!
             
Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.
             
Perante o doente, não exclame: - Pobre coitado!
             
Compaixão desatenta, crueldade indireta.
            
 Ao vizinho faltoso, nunca diga: - Dispenso-lhe a amizade.
             
Todos somos interdependentes.
             
Sob o clima da provação, não se queixe: - Não suporto mais!
             
O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.
             
No cumprimento do dever, não clame: - Estou sozinho.
             
Ninguém vive desamparado.
             
Colhido pelo desapontamento, não reclame: - Que azar!
             
A Lei Divina não chancela imprevistos.
             
À face do ideal, não se lastime: - Ninguém me ajuda.
             
No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo”.
              
Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 93-95)

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 03 e 04 de janeiro de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O BEM SOFRER*





Quando atingimos o final de mais um ano, é bastante comum observarmos as pessoas mais próximas desejando-nos somente o que há de melhor, em termos de sentimentos ou materialmente mesmo.
             
Quão bom seria se tudo o que nos desejassem se realizasse. No entanto, sabemos que a Terra não apresenta apenas momentos bons. O planeta não se apresenta para nós como um piquenique. Os obstáculos surgem em nosso caminho todos os dias. E nisso temos mais uma prova da grandeza de Deus.
            
Disse o Mestre Nazareno: “Bem-aventurados os aflitos, o Reino dos Céus lhes pertence”. Quando assim mencionou Jesus, ele não se referia de um modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha ou a miséria.
             
Com a prova, é imprescindível que venha a coragem!
             
Poucos, na Terra, sofrem bem. Poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao Reino de Deus. Há muito já foi-nos dito que Deus não coloca o fardo mais pesado sobre os ombros fracos. Ele é proporcional à força, como a recompensa o será à resignação e à coragem.
             
Ano bom, nesse sentido, é aquele em que temos oportunidades de provar a nossa fé. É aquele em que o sofrimento exige uma conduta de resignação, mas, acima de tudo, de coragem na busca do engrandecimento moral.
             
O “Espírito Lacordaire”, em comunicação proferida em Havre, no ano de 1863, assim referiu: “o militar que não mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos quando Deus vos enviar para a luta. (...) Quando advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência e da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: ‘Fui o mais forte.”
             
Que tenhamos em mente para o próximo ano a lição de Lacordaire e não maldigamos os sofrimentos que nos advierem, porque certamente virão, ao contrário, sejamos gratos a Deus por eles, visto ser a oportunidade que temos de provar a nossa fé e avançarmos na Sua direção.
             
“Sai, pois, de ti mesmo para conhecer a glória de amar! Perceberás, então, que a existência na Terra é apenas um dia na eternidade, aprendendo a iluminá-la de amor, como quem anda fazendo sol, nos caminhos da vida, e encontrarás, mais tarde, em cânticos de alegria, todos aqueles que te não amam agora, amando-te muito mais, por te buscarem a luz no instante do entardecer”. Meimei. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 05. Item 18. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 90-91) 

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 27 e 28 de dezembro de 2014 e que também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.