“843. O homem tem
livre arbítrio nos seus atos? – Pois se tem a liberdade de pensar, tem a de
agir. Sem o livre arbítrio o homem seria uma máquina. (Allan Kardec. O Livro
dos Espíritos. Livro 3. Cap. 10. Item 5)”.
O Espírito tem em suas mãos uma das
ferramentas mais brilhantes que Deus poderia lhe facultar: a liberdade de agir.
Através dos pensamentos e ações,
vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivos acontecimentos, o
Espírito pode adquirir conhecimentos novos e, dessa forma, abrir milhares de
portas para a sua evolução.
É importante ressaltar que quando nos
referimos ao Espírito, estamos tratando de designar os seres extracorpóreos que
povoam o universo, a própria inteligência da criação.
Como muito bem disseram os Espíritos
que auxiliaram Allan Kardec a formar as bases do Espiritismo, “sem o livre o arbítrio o homem seria uma máquina”.
Vivemos, atualmente, numa era em que
a liberdade de agir e a liberdade de pensar são amplamente defendidas por diversos
setores da sociedade civil organizada, oportunizando aos integrantes dessa mesma
sociedade a liberdade de escolha.
Entretanto, diante de um
desafio, a conquista desse livre arbítrio coloca o Espírito entre o “hediondo”
e o “sublime”, trazendo como consequências as responsabilidades pela escolha
que daí advier.
A exemplo disso, nos últimos dias foi
veiculado pela imprensa nacional (http://oglobo.globo.com/pais/cfm-se-posiciona-favor-do-direito-da-mulher-de-fazer-aborto-ate-12-semana-de-gestacao-7902917)
que o Conselho Federal de Medicina se posicionou a favor do direito da mulher
de fazer o aborto até a 12ª semana de gestação. O órgão irá enviar à Comissão
do Senado responsável pela reformulação do Código Penal sugestão de
regulamentação do aborto nesse caso específico e em outros três.
Em pouco tempo, caso seja aprovada essa
possibilidade, o desafio, a escolha, estará nas mãos dos Espíritos envolvidos,
ou seja, a gestante e os médicos irão deliberar se aquele Espírito merece ou
não reencarnar. Eles terão nas mãos o seu livre arbítrio, visto que a
legislação irá permitir que assim seja. Suas condutas não estarão restringidas
pela lei, elas serão balizadas apenas pelas próprias consciências.
Dessa forma, observa-se que
na medida em que as legislações vão afrouxando suas rédeas, o livre arbítrio vai
ampliando-se no mesmo sentido das responsabilidades pela conduta adotada, seja
ela boa ou má.
Enfim, vale a citação do item 8º do Código
Penal da Vida Futura, extraído da obra O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina
Segundo o Espiritismo, de autoria de Allan Kardec, para que possamos refletir:
“Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente
considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha
conseqüências fatais, como não há uma ação meritória, um só bom movimento da
alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais
ações um começo de progresso”.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, nos dias 23 e 24 de março de 2013. Pode ser lido também pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=85780&data=23/03/2013&ok=1.