quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O ANO NOVO E A BUSCA PELO PROGRESSO*



Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei a porta e se vos abrirá; porque todo aquele que pede recebe, quem procura acha, e se abrirá àquele que bater à porta. (São Mateus, cap. 07, v. 07 e 08)

Quando se adentra nos últimos dias do ano é bastante comum os mais supersticiosos trabalharem mil e uma maneiras de encontrar a “sorte grande” pelo caminho mais curto. São simpatias baseadas nas crendices populares, alimentos que trazem a prosperidade e até mesmo as cores das roupas que têm algum significado especial.

Entretanto, o que seria dos membros do corpo se Deus houvesse achado por bem isentar o homem do trabalho? Por certo que estariam atrofiados, porque até mesmo para buscar os alimentos é necessária a utilização dos braços e das pernas.

Ainda nessa linha, é de se observar que Deus ofereceu ao homem algo mais do que ofereceu aos animais. Deus abonou aos homens o desejo incessante do melhor. E é esse desejo que os impele a melhorar sua posição, que o conduz às descobertas, às invenções, ao avanço da ciência.

Na infância da humanidade bastava à sua satisfação apenas a busca pelos alimentos, assim como aos animais. De um tempo para cá somente isso não basta. Por isso, uma das necessidades do homem é o trabalho.

Apenas a via do trabalho conduz o homem ao progresso.

Dessa forma, Allan Kardec, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo (IDE Editora, p. 221), esclarece que “sob o ponto de vista terrestre, a máxima: “Buscai e achareis é análoga a esta: Ajuda-te, e o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho, e, por conseguinte, da lei do progresso, porque o progresso é filho do trabalho, e o trabalho coloca em ação as forças da inteligência”.

Ao contrário das práticas superficiais que optamos nessa época do ano, não atingiremos os objetivos que nos impusemos senão pelo trabalho. Quando assumirmos, verdadeiramente, nossas tarefas com comprometimento, pedindo o auxílio de Deus com humildade, com bastante fé e sinceridade, certamente chegaremos ao nosso destino com êxito. Porque todo aquele que busca, acha.
  
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição que circulou nos dias 29 e 30 de dezembro de 2012 e que também pode ser lido pelo link  http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=82777&busca=1&palavra=.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A FATALIDADE E OS PRESSENTIMENTOS*



Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento”. (Espírito São Luís, Revista Espírita, março de 1858)”

O mundo apresenta inúmeros exemplos de pessoas que estão à beira de um acontecimento trágico quando, inexplicavelmente, acabam optando por outra saída e saem ilesos.

Geralmente é alguém que deixa de entrar em um avião que mais tarde vem a sofrer um acidente fatal ou, também, pode ser uma pessoa que não iria sair de casa naquele dia e, inesperadamente, obriga-se a assim fazer e acaba sendo atingida por algum objeto, vindo a desencarnar naquela hora mesmo.

Na quase totalidade dos casos, o fato marcante vem acompanhado do que chamamos de pressentimento. Não é raro pressentir que algo de ruim pode acontecer conosco ou com alguém que nos é caro, antes mesmo que isso ocorra. E aqui não nos referimos à futurologia ou adivinhação, trata-se daquele pressentimento comum que nos advém sem sabermos exatamente de onde.

O Espírito São Luís esclarece-nos na abertura desta coluna, em trecho extraído da Revista Espírita (março do ano de 1858), que antes mesmo de encarnarmos tomamos conhecimento de várias fases da nossa futura existência, sempre em compatibilidade com o nosso grau de adiantamento moral. De tal modo, quando alguma fase apresenta um fato excepcional, isso com certeza acaba nos marcando e no momento que estivermos nos aproximando da hora exata, já encarnados, surge o pressentimento.

Dessa forma, aquele fato excepcional, muitas vezes trágico, que parecia uma fatalidade colocada na nossa frente pelo destino, não passa de provas e expiações que nos obrigamos antes mesmo de retornarmos ao Planeta Terra podendo, até mesmo, pressenti-las.

É necessário que se faça um adendo para entender que expiação são todas as provas a que o Espírito encarnado é submetido e, quando na vida espiritual, são os sofrimentos morais decorrentes de seu estado de inferioridade. Por outro lado, as provas, muitas vezes, podem até mesmo serem solicitadas pelos Espíritos que buscam a reparação de suas faltas cometidas no passado.

Enfim, é o instinto do nosso próprio destino que acaba nos conduzindo às provas e às expiações que, por ainda estarmos imersos na ignorância, julgamos como fatalidade.
  
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS,  edição de final de semana, 26 e 27 de janeiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=83834&data=&volta=.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

QUE O AMOR REINE NESTE NATAL*


Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam; porque é a lei e os profetas. (São Mateus, cap. 07, v. 12)

O período natalino causa diversos sensações e sentimentos nas pessoas. Algumas agem em conformidade com o consumismo exacerbado, outras se tornam mais solidárias. E sempre tem aqueles indiferentes a tudo. Mas certo é que o natal apenas potencializa aquilo que a pessoa já possui, em maior ou menor escala.

A aceleração do tempo, causada pelo advento das diversas tecnologias que tomam conta de todas as frentes de trabalho, acaba por tornar as pessoas descuidadas umas com as outras. O ser humano esquece o ano inteiro de auxiliar quem precisa e, no final do ano, ao rememorar aquilo que fez e deixou de fazer em meio à “correria” a que está submetido, lembra de ser solidário, de ser caridoso, lembra que possui sentimentos. Há, por outro lado, os que preferem apenas as sensações causadas pela aquisição dos bens materiais.

Segundo o Espírito Lázaro, em comunicação publicada pelo Evangelho Segundo o Espiritismo (IDE Editora, pag. 111) “no seu início o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido só tem sensações; mais instruído e purificado tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas”.

Mas fiquemos tranquilos, o amor é uma essência divina colocada pelo próprio Criador no fundo dos nossos corações. Todos nós possuímos. E a prova disso é que o homem mais vil, mais abominável, tem por um ser ou até mesmo por um objeto qualquer, uma afeição viva e ardente à prova de tudo que possa diminuí-la e que, muitas vezes, atinge proporções sublimes.

Como dito, a lembrança do nascimento de Jesus Cristo e das suas lições de amor ao próximo, simbolizada pelo natal, apenas faz com que aflore nas pessoas o sentimento de amor que todos possuímos, mesmo que em estado latente.

E não existe sobre a Terra lição maior de amor do que aquela prescrita por Jesus quando foi interrogado por um fariseu, doutor da lei, tentando-o: “Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe respondeu: Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda vossa alma e de todo vosso espírito; é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos”. (São Mateus, cap. XXII, v. 34 a 40).

Dessa forma, que possamos amar o nosso próximo como a nós mesmos não apenas neste natal que se aproxima, mas todos os dias do ano. Amando-o e respeitando-o como gostaríamos que fôssemos respeitados. Aos que já amam, que possam amar mais, mas no sentido profundo da palavra, sendo mais leais, probos, conscienciosos, abrandando as dores de todos os irmãos que se acercarem, afinal, é nosso dever encarar a grande família humana como sendo a nossa.

Nessa hora, como bem disse Kardec, não haverá mais nem ódios, nem dissenções, mas união, concórdia e benevolência mútua. 

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com 

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, na edição do dia 22 de dezembro de 2012 e que também pode ser lido pelo link http://jornalminuano.com.br/noticia.php?id=82619.