sexta-feira, 21 de setembro de 2012

TOLERÂNCIA



Talvez a primeira coisa que vem à nossa cabeça quando falamos em tolerância é a intolerância religiosa que vemos sendo praticada intensamente no Oriente Médio entre Judeus e Palestinos, o que já duram algumas décadas e já matou uma enorme quantidade de inocentes de ambos os lados. A Guerra Santa, chamada de jihad pelos muçulmanos, se tornou o pretexto para barbáries sem limites praticadas contra todos que não seguem o islamismo (chamados de infiéis), com o agravante de serem praticadas em nome de Deus.

Durante nossa vida, grande parte dos nossos erros é devido a todo tipo de intolerância. Criticamos constantemente nosso semelhante por seus defeitos, nossos maridos e mulheres pelas mais diversas manias, nossos filhos por suas limitações, nossos colegas de trabalho por suas falhas. O que não enxergamos é que temos toda sorte de defeitos, limitações, manias e que também falhamos o tempo todo, nos restando somente a completa compreensão e aceitação de nossos irmãos tal qual eles são. Temos aí uma grande falha de tolerância.

Allan Kardec leciona, na obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que os ensinamentos divinos sobre a caridade abrangem todos os tipos de tolerância que devemos praticar para seguir a vontade Deus e alcançar a morada eterna do Pai. A primeira delas e a que encerra quase todas as boas ações é “Amar ao próximo como a si mesmo: fazer com os outros, o que quereríamos que os outros fizessem por nós”.

Dessas poucas palavras podemos concluir que agir com indulgência, benevolência, compreensão e paciência é o caminho mais claro para pôr em prática as Leis Divinas a alcançar a verdadeira fraternidade para fazer reinar em nosso Planeta a paz e a justiça absolutas. Podemos resumir que é fazer o bem em toda e qualquer circunstância.

O maior exemplo é nosso mestre Jesus, que reuniu o grupo mais comum possível de homens, limitados e sem conhecimento acadêmico, e os transformou no grupo que difundiu a Segunda Revelação Divina para nós sob um turbilhão de perseguições e dificuldades de todos os tipos. Ele conseguiu esse feito brilhante aproveitando o que tinha de melhor em cada um deles, mostrando-os suas falhas e fazendo-os melhorar, dando o exemplo de uma benevolência, compreensão e liderança sem limites.

Nunca conseguiremos nos igualar ao nosso sublime Salvador, mas temos que perseguir este objetivo para aproveitar ao máximo a preciosa oportunidade de aqui estarmos para nos depurar. Devemos ser um porto seguro para todos que nos rodeiam, compreender com o máximo de bondade seus erros e limitações e principalmente aceitar que cada um trilha o seu caminho da redenção e de entendimento à sua maneira, cabendo-nos somente auxiliar quando solicitado. Voltar os olhos para nós mesmos, e reconhecer através do auto-exame constante, que também possuímos defeitos de todos os tipos, nos dá humildade para aceitar as falhas dos outros. Enquanto apontamos um dedo para frente, três se voltam pra nós lembrando-nos que nossa única preocupação deve ser nosso auto-aperfeiçoamento, a oração e a vigilância.

O mais eficiente meio de ensinar é o exemplo, as lições que divulgamos e nós mesmos descumprimos de nada adiantam, senão pra semear a revolta e ensinar que palavras sem retidão são destituídas de valor.

Portanto, voltemos nosso senso crítico para o nosso interior, sejamos benevolentes com nosso semelhante, retribuamos todo o mal que nos fazem com o bem absoluto, tal qual o Mestre Nazareno. Aí se fará a presença de Deus e estaremos cumprindo a maior de suas leis que é a caridade.

Filipe Lima
Colaborador da União Espírita Bageense – Caminho da Luz
limacav@hotmail.com

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A GRATIDÃO – FERRAMENTA DE AUTORREALIZAÇÃO*



Um dos sentimentos mais nobres que o ser humano pode haurir em sua caminhada de Espírito imortal é a gratidão. Porém a conquista do “ser grato” está diretamente vinculada ao amadurecimento da criatura divina.

A gratidão, na lição do Espírito Joanna de Ângelis[1], benfeitora espiritual do médium Divaldo Pereira Franco, é “filha da maturidade alcançada mediante a razão, sobrepõe-se ao instinto, é conquista de elevada magnitude pelo propiciar de equilíbrio que faculta àquele que a sabe ofertar”.

Infelizmente, em meio às massas populacionais, não são todos os indivíduos que avançaram na conquista deste nobilíssimo sentimento. Aliás, a própria sociedade ainda evolui vagarosamente para tornar-se verdadeiramente grata com aqueles que lhe antecederam. Restringindo ainda mais esta observação, é comum deparar-se com a falta de gratidão até mesmo no âmbito doméstico, no seio da família.

Quantos filhos, neste exato momento, não estão a abandonar os seus pais? Quantos gestores públicos não estão a desamparar os idosos que muito já contribuíram para a elevação da sociedade em que vivemos, com o suor do seu trabalho honesto? Tais condutas denotam apenas o sentimento de ingratidão, filha da soberba, do orgulho ou da prepotência, remanescentes do instinto, uma sombra perturbadora.

Ainda, quando se pode refletir sobre o sentimento de gratidão, automaticamente se quer retribuir tudo aquilo que já foi recebido, o que a torna insignificante, destituída de valor.

Nesse passo, basta que observemos as inúmeras legislações que tentam equilibrar as relações doentias do cotidiano, desprovidas da verdadeira gratidão.

A verdadeira gratidão é aquele sentimento nobre e justo, adquirido pelo Espírito que alcança o seu significado de imortalidade. Este indivíduo grato abençoa tudo e a todos, a flor que exterioriza o seu perfume, o Sol que preserva o milagre da vida, até mesmo a própria existência que poderia ter sido interrompida através do aborto e assim não se sucedeu.

Quando se é grato, não se experimenta nenhuma decepção ou queixa, porque não se espera nada em resposta ao que se realiza. Quando se é grato, a vida é vivida em plenitude, o que significa autorrealização, uma bênção de Deus.

Enfim, como não poderia deixar de ser, Joanna de Ângelis nos remete ao estudo do Evangelho de Jesus que, para ela, significa[2]uma sinfonia de gratidão entoada em todas as fases do seu ministério. Quando ele enunciou que nos trazia boas novas de alegria, propôs-nos a felicidade, e esta, de imediato, adorna-se de gratidão”.
                           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense


* Artigo publicado no Jornal Minuano, em Bagé/RS, 19 de setembro de 2012.
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=78870


[1] FRANCO, Divaldo. Espírito Joanna de Ângelis. PSICOLOGIA DA GRATIDÃO. Editora Leal: Salvador, p. 22.
[2] FRANCO, Divaldo. Espírito Joanna de Ângelis. PSICOLOGIA DA GRATIDÃO. Editora Leal: Salvador, p. 150.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

DEUS – A ORIGEM DO UNIVERSO*


Desde os tempos mais remotos o ser humano se indaga qual a sua origem e, consequentemente, qual a origem do Universo. E neste intento a humanidade não mede esforços. O último invento, datado de 2008, foi a criação, ao custo de US$ 10 bilhões, do acelerador de partículas LHC, destinado a comprovar uma das ideias mais importantes da física: o bóson de Higgs, mais conhecido por partícula de Deus.

Segundo a Revista Superinteressante, fevereiro de 2012, em uma explicação superficial visando facilitar o entendimento do leitor, “a matéria que forma o seu corpo hoje era só uma coleção de partículas subatômicas se movendo à velocidade da luz. E aí é que vem a bênção. Certas partículas, os bósons de Higgs, estavam espalhadas por cada milímetro do Universo. Uma hora elas se uniram e, num processo similar ao vapor d'água se transformando em água líquida, e formaram um "oceano" invisível - o Oceano de Higgs”.

No entanto, descobertas da ciência como a partícula de Deus apenas oferecem mais uma forma de entender um dos princípios basilares da Doutrina Espírita: a existência de Deus.

Nesse mesmo sentido, nada mais adequado considerar que “sendo Deus a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, a base sobre que repousa o edifício da criação, é também o ponto que importa consideremos antes de tudo”. (KARDEC, Allan. A GÊNESE. Cap. II, item I).

Não se pode conceber a criação do Universo sem considerarmos Deus como sua causa primária. Vale reprisar um dos axiomas lançados por Allan Kardec: “Outro princípio igualmente elementar e que, de tão verdadeiro, passou a axioma é o de que todo efeito inteligente tem que decorrer de uma causa inteligente” (KARDEC, Allan. A GÊNESE. Cap. II, item III).

Reportando-nos a isto e considerando que o homem não contribuiu com a produção deste Oceano de Higgs, certo é que deriva de uma inteligência superior à Humanidade, a menos que aceitemos que há efeitos sem causa.

Meditar sobre as questões trazidas, como bem disse Emmanuel, benfeitor espiritual do médium Francisco Cândido Xavier, na obra Caminho, Verdade e Vida (Cap. 101), “constitui ótimo exercício contra a vaidade pessoal (...). O homem nada pode sem Deus”. Com isto em mente que o Mestre Jesus afirmou: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma”. (JOÃO, 5:30)

Dessa forma, Ciência (partícula de Deus) e Espiritismo (Deus) se encontram e caminham lado a lado, um auxiliando ao outro, sem ignorarmos que todas as nossas possibilidades procedem do Pai e os recursos de cada dia, assim como a excelência das paisagens, advêm de Deus, que nos convida, pelo espírito de serviço, a Ministérios mais santos, onde nos amaremos mutuamente para todo o sempre, praticando o bem e esclarecendo a verdade.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

* Artigo publicado no Jornal Minuano, edição nº 4233, em Bagé/RS, 12 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O início de uma tarefa...

Informo aos leitores do blog que hoje se iniciou mais uma tarefa que me deixa imensamente feliz, mas ao mesmo tempo com o sinal de alerta ligado.

Ligado para o compromisso e para responsabilidade assumida: A SEMEADURA. 

Agradeço ao Jornal Minuano por abrir este espaço consolador e ao mesmo tempo edificante, muito mais para a minha pessoa do que para os leitores que acompanharão a coluna, porque quando escrevemos ou expomos a Doutrina Espírita somos os mais necessitados e, em consequência disso, os primeiros beneficiados.

Enfim, que os benfeitores espirituais nos auxiliem para que continuemos, semanalmente, às quartas-feiras, nas páginas do JORNAL MINUANO, compromissados com a semeadura.

Abaixo segue o link que remete para a nossa primeira coluna publicada pelo JORNAL MINUANO no dia de hoje. 


José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
josearturmaruri@hotmail.com