sexta-feira, 28 de outubro de 2011

XXIV CONJERGS inicia hoje


A União Espírita Bageense - Caminho da Luz irá participar de maneira ativa na realização da XXIV Confraternização das Juventudes Espíritas do Rio Grande do Sul (CONJERGS). O tema deste ano será: "Jovem, por que te deténs?". O evento inicia hoje (28/10) e vai até domingo (30/10). A última vez que a Rainha da Fronteira havia sediado a CONJERGS foi em 1965. Centenas de jovens, em torno de 750, oriundos de diferentes regiões do estado, são aguardados para o encontro. A organização local do evento está a cargo do Conselho Regional Espírita da 6º Região e da União Municipal Espírita de Bagé. As atividades centrais serão realizadas no Ginásio Corujão.

O Caminho da Luz irá sediar a praça de alimentação para os participantes. No ginásio da instituição serão servidos os almoços de sábado e domingo e o jantar de sábado - para o qual foi contratado o serviço do Restaurante Betemps. A cozinha da entidade irá servir para a preparação dos cafés da manhã e lanches de sábado e domingo, que serão distribuídos aos participantes. "A instituição também será responsável pela hospedagem da diretoria da Federação Espírita do Rio Grande do Sul que virá a Bagé, cedendo suas instalações", explica a vice-presidente do Caminho da Luz, Iara Freitas. Cerca de 40 pessoas devem pernoitar na entidade.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Artífice da Própria Sorte



Em publicações anteriores (http://bagespirita.blogspot.com/2011/04/as-horas-iniciais-apos-o-suicidio.html e http://bagespirita.blogspot.com/2011/05/o-vale-dos-suicidas.html) nos deparamos com a situação vivenciada pelo Espírito Camilo Cândido Botelho e relatada na obra mediúnica de Yvonne A. Pereira, intitulada Memórias de Um Suicida.
Naquela oportunidade o Espírito Camilo relatou as agruras sofridas nas horas iniciais após o cometimento de um suicídio e o local para onde foi remetido: o “Vale dos Suicidas”.
Inicialmente, deve ser levado em consideração que não foi ao acaso que o nosso amigo Camilo foi remetido para tal vale sinistro. Já conseguimos angariar o entendimento de que qualquer sofrimento está diretamente ligado à nossa imperfeição.
Allan Kardec já referia na obra O Céu e o Inferno[1] que “(...) a alma carrega, consigo mesma, o seu próprio castigo, por toda parte onde se encontre; para isso, não tem necessidade de um lugar circunscrito”.
Ainda assim, o Espírito Camilo nos dá conta, através da obra de Yvonne A. Pereira, de que “a mente edifica e produz. O pensamento – já bastantes vezes declararam – é criador, e, portanto, fabrica, corporifica, retém imagens por si mesmo engendradas, realiza, segura o que passou e, com poderosas garras, conserva-o presente até quando desejar! Cada um de nós, no Vale sinistro, vibrando violentamente e retendo com as forças mentais o momento atroz em que nos suicidamos, criávamos os cenários e respectivas cenas que vivêramos em nossos derradeiros momentos de homens terrestres”.
Porém, será que este amigo espiritual foi condenado a viver eternamente nessas condições degradantes?
Para responder esta indagação vamos ao ensinamento do Mestre Jesus que, se utilizando de seu conhecimento das leis eternas, disse: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á. Ou qual de vós, porventura, é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente. Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso pai, que está nos céus, dará boas dádivas aos que lhes pedirem”. (Mateus, VII: 7-11)
Novamente Kardec, na obra O Céu e o Inferno[2], confirma a assertiva de Jesus de Nazaré e assevera: “Em virtude da lei do progresso, tendo, toda alma, a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, e de se desfazer do que ela tem de mau, segundo os seus esforços e a sua vontade, disso resulta que o futuro não está fechado para nenhuma criatura. Deus não repudia nenhum dos seus filhos; recebe-os, em seu seio, à medida que atingem a perfeição, deixando, assim, a cada um, o mérito de suas obras”.
Nessa toada, diante de tais ensinamentos verificamos que o nosso amigo espiritual Camilo Cândido Botelho, após dias e dias de indizíveis sofrimentos, verdadeiramente arrependido do atentando contra a sua própria vida, foi resgatado diretamente no vale sinistro: “O conhecido rumor aproximava-se cada vez mais... Até que, dentro da atmosfera densa e penumbrosa, surgiram os carros brancos, rompendo as trevas com poderosos holofotes. Estacionou o trem caravaneiro na praça lamacenta. Desceu um pelotão de lanceiros. Em seguida, damas e cavalheiros, que pareciam enfermeiros, e mais o chefe da expedição (...). silenciosos e discretos iniciaram o reconhecimento daqueles que seriam socorridos. (...) De súbito ressoou na atmosfera dramática daquele inferno onde tanto padeci, repercutindo estrondosamente pelos mais profundos recôncavos do meu ser, o meu nome, chamado para a libertação!”.
Eis a prova viva que tantos de nós ainda necessitamos para crer verdadeiramente na benevolência infinita e soberana justiça de Deus.
Diante de um fato assim narrado pelo nosso amigo espiritual Camilo, cai por terra a imagem criada há séculos daquele Deus castigador, aquele Deus que elege ou pune seus filhos calcado apenas em dogmas religiosos. Tamanha pequenez da nossa civilização!
Com o conhecimento de fatos como este, narrados de além-túmulo, através da mediunidade caridosa de almas como Yvonne A. Pereira, chegamos fatalmente à conclusão que estando encarnado ou desencarnado, Deus reconhece o nosso arrependimento e envia os seus servidores para nos resgatar onde nós estivermos.
Portanto, não devemos - e não podemos - relegar a Deus ou a dogmas religiosos a nossa sorte após o passamento. Devemos fazer por onde chegar até Ele. Como? Através dos nossos atos, através do bem que praticarmos para com nós mesmos e para com o nosso próximo, através da verdadeira caridade. Porque a máxima de que fora da igreja ou dos templos religiosos não há salvação há muito tempo foi derrubada para ser edificada a de que “fora da caridade não há salvação”.
Enfim, caros amigos, somos os artífices da nossa própria sorte. Trabalhemos incessantemente para buscarmos a nossa perfeição moral e do Planeta que nos é destinado viver, para que caminhemos em direção de nosso Pai, bem como do Reino dos Céus, tão bem descrito pelo Salvador Jesus Cristo.


José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense e Advogado
josearturmaruri@hotmail.com




[1] KARDEC, AllanO Céu e o Inferno e Justiça Divina Segundo o Espiritismo, primeira parte, capítulo VII, p. 58.
[2] Idem

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O cristão e o mundo - pelo Espírito Emmanuel


"Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio de espiga" - Jesus (Marcos, 4:28.)

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu sabiamente aos símbolos vivos da Natureza, favorecendo-nos a compreensão.

A erva está longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos maduros.

Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.

Quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão. Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem-lhe agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo do Senhor ainda não passa de folhagem promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva-se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.

Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.

Esquece-se o mundo de que essas almas ansiosas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o casulo das paixões inferiores na aspiração de subir; dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar-se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de seqüência da Natureza. Resta ao cristão cultivar seus propósitos sublimes e ouvir o Mestre: Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.

(Caminho, verdade e vida/pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. - 28. ed. - 4ª reimpressão - Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2011)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Milagre da Cura


A Revista Veja, na edição de 21/09/2011, trouxe em sua capa que o ator Reinaldo Gianecchini está aliando o tratamento convencional ao Espiritismo na luta contra o câncer. E mais, trouxe a opinião de vários médicos que reconhecem a efetividade de tal prática.
Há quem acredite nessa possibilidade, como o ator, e há também os que contestem. Mas como explicar certas curas que acabam por espantar grande parte da sociedade médica? Vários são os exemplos de grandes curas e em várias épocas da humanidade somando-se a de nossos dias aqui na Terra. Algumas de difícil explicação, inclusive pela Medicina.
Allan Kardec, no capitulo XIV de A Gênese, nos dá conta que tanto o nosso corpo como o nosso perispírito tem como elemento primitivo o fluido universal.
Dessa forma, pela identidade de sua natureza, o fluido condensado no perispírito pode fornecer ao corpo os princípios reparadores necessários para que se opere a cura. Na verdade, trata-se de uma substituição de uma molécula sã, proveniente do médium curador, por uma malsã, extraída do doente. O poder curador está, pois, em razão da pureza da substância inoculada, mas nada pode ser feito sem a energia da vontade, tanto do médium como do doente, que provoca uma emissão fluídica de maior intensidade e por assim dizer, com muito mais força para penetração.
Recebemos o alerta de Kardec no item 32 do capítulo aludido quando refere que “os efeitos da ação fluídica sobre as enfermidades são extremamente variados, segundo as circunstâncias; esta ação, algumas vezes, é lenta e reclama um tratamento continuado, como no magnetismo comum; de outras vezes é rápida como uma corrente elétrica”.
Em O Livro dos Espíritos, na questão 556, o Codificador indagou da plêiade de Espíritos, se certas pessoas, verdadeiramente, detinham o dom de curar pelo simples toque e obteve a seguinte resposta: “A força magnética pode ir até aí quando secundada pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos ajudam”.
O nosso modelo e guia, Jesus de Nazaré, detinha uma capacidade ímpar de domínio das ações fluídicas e magnéticas e muitos de seus “milagres” se deram pela manipulação desse material etéreo.
E assim foi quando Jesus curou um cego de nascença (Jo, 14, 1 à 34): “(...) ele cuspiu no chão, e tendo feito uma lama com a saliva, untou com essa lama os olhos do cego – e disse-lhe: ide vos lavar na piscina de Siloé, que significa enviado. Para lá foi, pois, e se lavou e voltou a ver claro”.
Diante de tal cura miraculosa, Allan Kardec explicita no Capítulo XV de A Gênese, item 25, que “é evidente que a espécie de lama feita com a saliva e a terra não poderia ter virtude senão pela ação do fluido curador de que estava impregnada; assim é que as substâncias mais insignificantes: a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas sob a ação do fluido espiritual ou magnético, aos quais servem de veículo, ou querendo-se, de reservatório”.
Ora, vastos são os exemplos de curas espirituais que muitas vezes se dão sem a presença do paciente e, em muitos casos, bem à distância.
Também, há que se ter a cautela para que não se ministre um tratamento espiritual a um enfermo como único método. O Espiritismo caminha lado a lado com a ciência de forma que a aplicação de passe magnético (imposição de mãos) e ingestão de água fluidificada devem vir acompanhando ao tratamento médico convencional.
No entanto, não se surpreendam e muito menos relacionem ao maravilhoso quando for obtida uma cura e a medicina não conseguir explicação na Ciência materialista. Apenas recordemos uma máxima de Kardec: “O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação”. (A Gênese, pag. 20)
Enfim, se obtivermos a permissão de Deus para que alcancemos uma cura espiritual, apenas foquemos o nosso pensamento Nele e agradeçamos a Sua Divina concessão como uma nova chance para continuarmos a nossa caminhada infinita na direção de nosso Pai, amparado nos exemplos do Mestre Jesus e não deixemos de exercitar a nossa fé para que possamos aprender com esta nobre educadora chamada “doença”.



José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense e Advogado
josearturmaruri@hotmail.com