sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caridade, A Meta - pelo Espírito Joanna de Ângelis


Joanna de Ângelis

"Guarda, na mente, que a caridade em teus atos deve ser a luz que vence a sombra.

Enquanto não compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem a realiza, ligando o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da virtude por excelência.

Poderás repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o sentimento da amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a essência da caridade.

Repartirás tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não ofertares compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.

Atenderás aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não adicionares ao gesto a gentileza fraternal, estarás apenas desincumbindo-te de um mister de pequena monta.

Ofertarás o pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras de bondade, não alcançaste o sentido real da caridade.

Distribuirás haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não obstante, sem o calor do teu envolvimento emocional em relação a eles, não atingiste o fulcro da virtude superior.

A caridade é algo maior do que o simples ato de dar.

Certamente, a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe sofre a falta.

Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que o amor se faça presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na ação beneficente.

A caridade material preenche os espaços abertos pela miséria sócio-econômica, visíveis em toda parte.

Além deles, há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que renteiam contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto.

A indulgência, em relação aos ingratos e agressivos;

a compaixão, diante dos presunçosos e perversos;

a tolerância, em favor dos ofensores;

a humildade, quando desafiado ao duelo da insensatez;

a piedade, dirigida ao opressor e déspota;

a oração intercessória, pelo adversário;

a paciência enobrecida, face às provocações e à irritabilidade dos outros;

a educação, que rompe as algemas da estupidez e da maldade que se agasalham nas furnas da ignorância gerando a delinqüência e a loucura...

A caridade moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.

Exercendo-a, recorda também da caridade em relação a ti mesmo.

Jesus, convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as modalidades da caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais perfeito que se conhece, tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do mal, através da ação do amor.

Caridade, pois, eis a meta".

Bibliografia:

- Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Vigilância.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
1a edição. Salvador, BA: LEAL, 1987.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

"O Filme dos Espíritos"

Caros irmãos.

Depois do sucesso absoluto de filmes inspirados na temática do Espiritismo como Chico Xavier (2009), Nosso Lar (2010), As Mães de Chico Xavier (2011), novamente a indústria cinematográfica se volta para as questões transcendentais da matéria.

Porém, pela primeira vez o cinema nacional vai se reportar a uma das obras clássicas do dito Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec: falamos de O Livro dos Espíritos.  

Ao final segue o trailer de "O Filme dos Espíritos", com previsão de estreia para outubro nos "melhores cinemas".

Agora, não podemos deixar de ressaltar, como outrora foi feito por nós mesmos, por ocasião do lançamento de Nosso Lar, que é o momento de permanecermos em alerta. Isso porque, o chamado está sendo realizado por todos estes filmes e por certo que as Sociedades Espíritas em todo o país já estão sendo e cada vez serão mais procuradas por nossos irmãos. 

Assim, este é o momento das Casas estarem preparadas para prestar a assistência necessária para a retomada dos vários irmãos que encontravam-se perdidos na caminhada evolutiva.

É a volta do "filho pródigo", como disse a Presidente da FERGS (Federação Espírita do Rio Grande do Sul) no Encontro de Atendimento Espiritual na Casa Espírita realizado no ano passado em Porto Alegre.

Que nós consigamos receber este filho com a ternura de uma mãe que sonha com o retorno do filho ao seio de seu lar.

A semente foi lançada ao solo, fica o alerta para que saibamos semeá-la.
 

A propósito, a União Espírita Bageense - Caminho da Luz possui um Curso de Introdução ao Espiritismo. Trata-se de um grupo de estudos que objetiva instrumentalizar os interessados com uma formação inicial sobre a Doutrina Espírita, porém, sólida e pautada na obra kardequiana, em especial, no O Que é o Espiritismo e outras obras fundamentai. O grupo encontra-se aberto a todos os interessados e para inscrição basta comparecer às quartas-feiras, às 19h, na sede da Instituição que se localiza na Av. Gen. Osório, nº 2478.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense e advogado
josearturmaruri@hotmail.com




segunda-feira, 18 de julho de 2011

POR QUE SOU ATEU?

        Não têm sido raras as vezes que nos deparamos com irmãos de caminhada que nos indagam acerca da existência de Deus. Da mesma forma, temos observado um número crescente de pessoas que se identificam com o ateísmo. Mas será que as pessoas que assim se identificam realmente o são? Será que não está havendo uma confusão entre ateísmo e agnosticismo (não-religiosos)?
           Sabe-se que alguns governos, inclusive, incentivam a difusão do ateísmo por acreditarem que o Estado se desenvolve na mesma medida que deixa de lado a religião. Foi assim com o Comunismo e é assim com vários países do norte da Europa. Eles relegam a condição do “crer em Deus” para países subdesenvolvidos. Não é à toa que vários cientistas e intelectuais se autodefinem como ateus ou agnósticos. Dizem estes: “Trabalhamos para atingir nossos objetivos e não esperamos ou ficamos pedindo nada a Deus; isto é para quem está desempregado; a religião é o ópio do povo” e por aí vai.
            Em 1995, foi elaborada uma das últimas pesquisas sérias sobre identificação religiosa. Quem assinou foi a Enciclopédia Britannica. Nela foi constatado que os não-religiosos alcançavam, à época, 14,7% da população mundial, e os ateus cerca de 3,8%. Entre muitas das conclusões que foram extraídas da pesquisa, uma delas foi que o baixo número de ateus era devido a confusão entre agnosticismo e ateísmo. Por outro lado, o que se concluiu com absoluta certeza é que o número de ateus cresce em algumas áreas do mundo como a Europa, muito em função dos incentivos governamentais daquela região.
            Por outro lado, o Espiritismo, fundamentado nas obras de Allan Kardec, coloca Deus no patamar de um dos princípios básicos de sua doutrina. E como tal, é passível de estudo. Para os Espíritas, não basta apenas crer em Deus, por isso, um de seus pilares é a chamada fé raciocinada.
            Em O Livro dos Espíritos[1], na questão 01, Kardec indaga à plêiade de Espíritos que o ajudaram a assentar a Doutrina Espírita: - Que é Deus? E imediatamente obteve como resposta: - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
            O Codificador, na sequência da questão, ainda tentou conceituar Deus como sendo infinito, mas os Espíritos o advertiram de que isso era uma pobreza de linguagem dos homens para definir as coisas que estão acima de sua inteligência. De forma que[2]Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo pela própria coisa, e definir uma coisa que não é conhecida, por uma coisa que também não o é”.
            Ainda, Allan Kardec, indagou dos Espíritos onde ele poderia encontrar a prova da existência de Deus, sabendo ser esta uma questão frequente entre aqueles que se dizem ateus. Prontamente, os Espíritos responderam[3] com absoluta convicção: - Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá. (...) Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O Universo existe; ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pôde fazer alguma coisa”.
            Ora, ilógico seria crer que tudo que foi criado na natureza sem a participação do homem surgiu tendo o acaso como causa. Quanto a isso, os Espíritos foram incisivos com Allan Kardec[4]: - “(...) Que homem de bom senso pode olhar o acaso como um ser inteligente? Aliás, que é o acaso? Nada.” Com isso, temos que o Universo é composto por uma harmonia com combinações e fins determinados – e disso não há objeção – que não pode ser fruto de algo sem inteligência, pelo contrário, revela, sem sombra de dúvidas, uma força inteligente. E como diz Kardec: - Um acaso inteligente não seria mais o acaso.
            Também, é de se ressaltar que todos os seres da criação, desde o início dos tempos, trazem uma ideia inata da existência de algo mais entre o céu e a terra. Trazem um sentimento intuitivo do criador do Universo. Para tanto, vale observar a mitologia grega, o antigo Egito, nossos ancestrais africanos, todos estes povos tinham uma crença em algo além da matéria, além do que os olhos veem. E hoje, pelo raciocínio, pelo exercício da fé raciocinada, com observância das evidências que estão diante dos nossos olhos, conseguimos reafirmar que o sentimento intuitivo de outrora, nada mais é que uma das provas da existência de Deus.
            Em outra oportunidade nos ocuparemos da descrição dos atributos da divindade, pois, por agora, basta às pessoas que tomarem conhecimento deste trabalho reflitam se realmente consideram-se ateus.
            Se assim se considerarem, será que são apenas pela comodidade de não precisar ir a um templo religioso qualquer ou porque as religiões não estão lhes satisfazendo a sede de conhecimento? Será que o são para não ter o seu orgulho ferido? Ou quem sabe até pelo próprio egoísmo? Sim, porque se existe algo ou alguém que rege o Universo e faz com que se caminhe em direção a Ele, as pessoas deixam de ser donas de si mesmas e isso acaba por macular as suas ditas “individualidades” e “soberanias”.
            Claro, não se pode deixar de lado, que também existem aquelas pessoas que se põem na condição de ateus diante das injustiças que existem na Terra e passam pelo crivo de Deus. Para estas, apenas relembramos um dos ensinamentos do Mestre Jesus: “A cada um será dado segundo suas obras” (Evagelho segundo João, 15:13).
            Assim, esperamos que a partir de agora, quando observarmos a beleza da natureza exposta nos campos, nos mares, nos astros, na harmonia que existe no Universo, deixemos de lado a postura cerrada de um ateu, e lembremo-nos da inteligência que rege tudo isso. Que nessa toada, possamos render graças a Ele, nosso Pai, que nos criou à sua imagem e semelhança, mas com o seu germe inato para que possamos regá-lo e caminhemos em sua direção, ajudando-nos uns ao outros com a mais pura humildade e verdadeiro desinteresse na prática da caridade.
            Por fim, para quem se interessou pelas linhas aqui apontadas fica o convite para que compareçam à União Espírita Bageense – Caminho da Luz, pois lá possui um Curso de Introdução ao Espiritismo. Trata-se de um grupo de estudos que objetiva instrumentalizar os interessados com uma formação inicial sobre a Doutrina Espírita, sólida e pautada na obra kardequiana, em especial, no O que é o Espiritismo e outras obras fundamentais. O grupo encontra-se aberto a todos os interessados e para inscrição basta comparecer às quartas-feiras, às 19h, na sede da Instituição que se localiza na Av. Gen. Osório, nº 2478.

  

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense e advogado
josearturmaruri@hotmail.com


[1] KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Editora IDE, p. 45, questão 01.
[2] KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Editora IDE, p. 45, nota à questão 03
[3] KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Editora IDE, p. 45, questão 04.
[4] KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Editora IDE, p. 46, questão 08.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Saudade - pelo Espírito Emmanuel


"Ante os mortos queridos,
Faze o silêncio e ora.

Ninguém pode apagar
A chama da saudade.

Entretanto se choras,
Chora fazendo o bem.

A morte para a vida
É apenas mudança.

A semente no solo
Mostra a ressurreição.

Todos estamos vivos
Na presença de Deus".

Emmanuel



Médium: Francisco Cândido Xavier
Do livro: "Fonte de Paz" - Ed. IDE

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quando a morte chega - por Gianni Salvini


        
        A certeza que existe algo após a morte é latente na maioria dos homens. A história nos mostra que a humanidade sempre teve essa preocupação com o que acontece no momento da morte. Para os mais espiritualizados, a certeza de uma vida futura talvez fizesse com que essa preocupação ou temor deixasse de existir. Será?
        “Há muita gente que teme não a morte, em si, mas o momento da transição. Sofremos ou não nessa passagem? Por isso se inquietam, e com razão, visto que ninguém foge à lei fatal dessa transição.” [1]
        Enquanto presenciamos a calma de alguns e as convulsões de outros no momento da morte, podemos de início, afirmar que as sensações não são as mesmas para todos.
        Estudando a doutrina espírita através das obras de Kardec, entendemos que a alma é o Espírito encarnado e que é ela quem sofre e sente e não o corpo material.
        Além da alma existe o perispírito. O Perispírito serve de envoltório para a alma e ao mesmo tempo penetra o corpo em todas suas partes. Serve de veículo para as sensações da alma e é por ele que a alma dirige o corpo. É o perispírito que prende o corpo à alma.
        O corpo nada mais é que um instrumento para a alma.
       Com a extinção da vida orgânica ocorre a separação da alma com o corpo, porém esta separação nunca é brusca. “O fluido perispiritual só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, de sorte que a separação só é completa e absoluta quando não mais reste um átomo do perispírito ligado a uma molécula do corpo. A sensação dolorosa da alma, por ocasião da morte, está na razão direta da soma dos pontos de contacto existentes entre o corpo e o perispírito, e, por conseguinte, também da maior ou menor dificuldade que apresenta o rompimento.” [2]
        Então resumidamente define-se que o sofrimento que acompanha a morte, está subordinado a força adesiva que une o corpo ao perispírito.
        O desprendimento do Espírito com o corpo pode começar mesmo antes da morte real, nos casos de doença e velhice. Nesse caso os laços entre corpo e almas já estão se afrouxando pouco a pouco. 
        Logo após o desprendimento, inicia-se também, um processo chamado de perturbação. Um estado em que a alma quase nunca presencia conscientemente o último suspiro do corpo. Este estado pode perdurar por horas, até alguns anos, dependendo de diversos fatores.
        Existem casos em que o Espírito após se libertar do corpo, não se dá conta que está livre e continua apegado ao corpo material. Assiste seu funeral, acompanha o enterro e não compreende o que está acontecendo. Sofre com as lamentações de amigos e acredita estar vivo ainda.
        No caso dos suicidas os laços ficam presos quase que com todas suas forças e ele, o Espírito, tem sofrimentos terríveis.       
        Quanto à facilidade de se desprender do corpo, esta é proporcional ao estado moral da alma. Em outras palavras, ao homem que vive exclusivamente dedicado aos gozos materiais o desprendimento é difícil e penoso, ao passo que quanto mais identificado com a vida espiritual, menos apegado a matéria, este força de coesão entre alma e corpo é atenuada.
        Existem vários outros fatores que definem e explicam este momento. São tratados com muita clareza, nas obras de Kardec: O céu e o Inferno, O livro dos Espíritos e na Revista Espírita.
        Todos voltarão ao mundo espiritual, e para que este momento não seja penoso, ou demorado, devemos desde já nos elevar em pensamentos e atos. Reprimir as más tendências, dominar os vícios e as paixões. “Preciso se faz que abdique das vantagens imediatas em prol do futuro, visto como, para identificar-se com a vida espiritual, encaminhando para ela todas as aspirações e preferindo-a à vida terrena, não basta crer, mas compreender.”[3]
        Através da prece sincera, podemos auxiliar companheiros que passam por este momento de transição, abreviando-lhes o momento de perturbação. Fazendo com que compreendam em que estado se encontram. Que vivem agora a verdadeira vida. A vida espiritual.
        A vida futura é uma realidade.

Gianni Salvini
Colaborador da União Espírita Bageense
sgtsalvini@hotmail.com


[1] Kardec, Allan. O céu e o Inferno. 58º Ed. Rio de Janeiro: Federação espírita Brasileira. 2005.
[2]  Kardec, Allan. O céu e o Inferno. 58º Ed. Rio de Janeiro: Federação espírita Brasileira. 2005. 
[3] Kardec, Allan. O céu e o Inferno. 58º Ed. Rio de Janeiro: Federação espírita Brasileira. 2005.